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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tosando seu cavalo para o inverno


Pêlos compridos em animais de trabalho demoram mais a secar e podem resultar em doenças de pele.

Com a chegada do inverno, aumentam os casos de problemas de pele em cavalos, principalmente em animais de esportes. A mais comum das patologias é a chamada frieira dos boletos, uma pequena inflamação na área imediatamente superior ao casco, que normalmente acomete animais que vão ainda úmidos para as cocheiras ou são banhados freqüentemente no fim da tarde.

Na parte do boleto, a pelagem é um pouco mais espessa e, se molhada em dias muito frios ou em horários próximos do anoitecer, não seca direito.

Quando colocado na cocheira, o pó da serragem gruda no pelo e pequenas assaduras vão se formando. Em pouco tempo, o ferimento pode evoluir para uma frieira e, dependendo do caso, até para inflamações mais graves. Quando isso ocorre há necessidade de medicação e de uso de pomadas especiais. O cavalo tem de ficar parado até melhorar, o que pode demorar até 15 dias, dependendo do caso.

Para cavalos soltos a pasto, embora não haja o pó da serragem para grudar no pelo, o problema também pode correr. Áreas encharcadas, em que o animal tenha de pisar na lama com freqüência, também são propícias para o aparecimento do problema e não são raros os casos. A solução é tomar alguns cuidados simples: O primeiro é tentar não expor o animal a esse tipo de situação ou seja: caso seja possível, evitar molhá-lo após as 17 horas, no inverno. Se isso não for possível, tosa bem feita nos boletos pode dar muitos resultados. É recomendável aparar com uma máquina de tosar pela facilidade da operação ou com uma boa tesoura mesmo. Com o pelo mais baixo, a secagem ocorre mais rapidamente e a formação das feridas nos animais se torna mais difícil.

PARA EVITAR ASSADURAS É IMPORTANTE RETIRAR O SUOR Agricultor por profissão e cavaleiro amador por paixão, Carlos Blanc, de Itapecirica da Serra (SP), mora em uma região arborizada e todos os dias sai para cavalgar durante uma hora, com o seu cavalo Cezane, um campolina de 10 anos. Cuidadoso com o animal, que recebe ração balanceada e complemento com feno de alfafa, ele passou por maus bocados por causa de um pequeno descuido pós-treinamento. Tomava cuidado para não guardar o cavalo molhado na cocheira, conforme recomendação.

Nos dias quentes, ele conta que tinha o costume de dar uma ducha no cavalo, para retirar o excesso de suor, prática recomendada. Por causa dos dias frios, ele deixou a ducha de lado, fazendo com que o suor secasse no corpo e, depois, com uma escova, tirava parte do suor seco. O problema é que a salinidade provocou assaduras entre as pernas traseiras, chegando quase a ficar em carne viva, diz.

Conforme os dias vão encurtando, a redução do período luminoso desencadeia o processo de crescimento da pelagem de inverno nos cavalos. Esse mecanismo ocorre mesmo que as temperaturas não baixem muito, como é o caso de alguns lugares do Brasil porque é relacionado mais com a luminosidade do que com a temperatura. É uma excelente proteção natural para seu animal, mas para você que pretende continuar trabalhando esse cavalo durante o inverno, um cavalo transformado em um “urso” demanda muito mais cuidados.

Requer muito mais escovação – e nunca fica bonito - e seu cavalo vai levar muito mais tempo para secar o suor ou a ducha, mesmo depois de um trabalho leve, podendo levar a problemas respiratórios, de pele e ainda a formação das famosas “carepas” e frieiras nas patas por excesso de umidade.

A melhor maneira de manejar a pelagem de inverno é tosando. Entretanto a tosa implica em certas responsabilidades. Uma vez que você retirou a defesa contra o frio de seu cavalo, você é responsável pela correta colocação e utilização das capas para protegê-lo. Essas capas podem ser mais leves ou mais pesadas conforme o local do Brasil onde você vive, mas devem ser utilizadas principalmente à noite.

Alguns proprietários evitam a ocorrência da pelagem de inverno em climas mais amenos simplesmente mantendo o cavalo com 10 horas de luz diárias. Isso significa que se você instalar um timer em sua cocheira para que ligue uma lâmpada de 200 Watts um pouco antes do sol se pôr, mantenha o total de 12 horas de luz diárias sobre ele e depois desligue, você não terá problemas com pelagem de inverno. (Por exemplo: se o sol nasceu às 7:30h e se pôs às 17:30h, você tem 10 horas de luz natural. Assim basta manter mais 2 horas de luz na cocheira, ligando às 17:30 e desligando às 19:30h). Essa é uma técnica que funciona bem de São Paulo para cima.

Aqui no Brasil, em geral a tosa é total, mas na Europa o pessoal tende a tosar de várias maneiras, deixando algumas partes com pelo e outras não. A razão é porque aqui não é tão frio e os locais onde o pelo fica longo suam demais e não ventilam durante o trabalho, demorando muito tempo para secarem depois. Na Europa os Clubes possuem “secadores” de cavalos, com lâmpadas infravermelhas suspensas, que auxiliam na secagem dos animais depois do trabalho.

Após a tosa tenha em mente que seu cavalo poderá precisar de até três capas. Uma leve para ficar na cocheira durante o dia, uma capa anti-suor (aquelas de tecido furadinho) para secar após o trabalho e uma mais pesada para a noite.

Imagem retirada da empresa HorseShop
http://www.horseshop.com.br/
Pronto para tosar?

Para tosar totalmente um cavalo você precisa de uma tosquiadeira elétrica robusta de lâmina grande com pentes finos e uma tosquiadeira pequena para acabamentos nas patas e cabeça. Quanto mais forte for a máquina, mais rápido será feito o serviço e a menos stress o cavalo será submetido. Algumas pessoas compram, alugam essas máquinas ou contratam o serviço de um tosador com experiência que cobra em torno de R$150,00 a R$200,00 pelo serviço.
Imagem retirada da empresa HorseShop
http://www.horseshop.com.br/
Você também precisará de lubrificante para manter as lâminas limpas e resfriadas, uma pequena escova de dentes para limpar os pentes de sujeiras e o óleo recomendado pelo fabricante da tosquiadeira para proteger o motor da máquina e os dentes da lâmina.

Também serão necessários uma liga na cola para evitar o movimento do rabo do cavalo, escovas de cavalo para ir limpando as áreas tosquiadas, panos limpos para a cabeça e um fio de extensão bem comprido e sem emendas.

Antes de começar, cheque o manual da sua tosquiadeira para
verificar regulagens e intervalos entre as lubrificações.

A maioria das máquinas grandes possuem um orifício na frente para adição do óleo dentro da máquina. Também aplique uma fina camada do óleo sobre os dentes da máquina e ligue-a por alguns segundos. Repita esse procedimento a cada 20 minutos enquanto estiver trabalhando. Limpe os dentes da máquina com a escova a cada 5-7 minutos de trabalho e mergulhe o pente no lubrificante.

Passo a Passo

Se seu cavalo tem a pele fina, você pode deixar uma manta de pelagem sob a área da sela para protegê-lo de lesões produzidas pela fricção da manta e da sela.

Coloque a sela sem a manta sobre o cavalo e desenhe com giz envolta da sela (com ou sem as abas). Na cola, desenhe um “V” invertido na base da cauda.


Alguns cavalos não gostam do som da máquina e é uma boa idéia colocar algodão em seus ouvidos para mantê-lo mais tranqüilo. Muitas vezes é necessária a sedação leve do animal, que deve ser feita pelo seu veterinário.

Agora que você já mapeou as partes que não irá tosar, comece tosando na altura da espádua, que é a zona de menor sensibilidade. Corte contra o sentido do nascimento dos pelos em movimentos longos e cuidadosos. A partir daí continue para o dorso, flancos e garupa.


Quando chegar ao pescoço, perto da crina, deixe uma fina camada de pelo de inverno próxima à linha da crina para evitar cortá-la. Nos redemoinhos, tão comuns no pescoço, maneje a máquina para cortar sempre no sentido contrário ao crescimento dos pelos. Nos locais onde a pele é mais solta, estique-a com a outra mão para facilitar o corte.

A seguir tose as áreas demarcadas. Mantenha o limite da lâmina sobre a área demarcada. As patas e o peito são os locais mais difíceis em função da pele mais solta e da estrutura das patas. Nessa hora um ajudante é necessário para levantar um dos membros para que você possa trabalhar nos outros sem que o animal reaja. Nas patas também corte contra o nascimento dos pelos.

A barriga vem por último, porque nessa hora o cavalo já está acostumado com o que está acontecendo e tende a ter menos cócegas. Com uma das mãos estique a pele e com a outra maneje a máquina. Mantenha o ajudante levantando uma das patas para você principalmente quando estiver tosando entre as patas traseiras. Essa é a hora mais perigosa, portanto fique muito alerta às reações de seu cavalo para evitar um acidente e jamais fique ajoelhado embaixo do cavalo.
Para a cabeça, escolha a máquina menor ou um pente mais fino e inicie sob a mandíbula e ganacha. Tose todas as partes maiores antes, deixando para o final o focinho, olhos e orelhas. Vá com muita calma envolta dos olhos e proteja os olhos e cílios com a outra mão. Para tosar as orelhas, mantenha-as fechadas com uma das mãos, aponte a lâmina para cima e corte todo o pelo que estiver sobrando desde a base até a ponta. O focinho deve ser tosado com muito cuidado porque é muito sensível no eqüino.


Apesar de tudo isso soar simples, requer algum treinamento e muita paciência. Assim não comece o serviço se você não tiver tempo para terminar com toda a calma. Peça a ajuda de alguém com experiência na primeira vez. Faça o trabalho em um lugar calmo e tranqüilo, conhecido do cavalo e que você tem certeza de que continuará calmo por mais algumas horas.

Não comece logo antes do horário de seu cavalo comer porque ele ficará inquieto. Se seu cavalo tem medo da tosquiadeira, você não poderá tosa-lo logo na primeira vez, tendo que fazer vários trabalhos de desensibilização antes, ligando a máquina perto dele e passando-a pelo seu corpo sem tosar até que ele se tranqüilize com o barulho e ignore a máquina.

7 DICAS PARA UMA MELHOR TOSA:

1) Um cavalo tosado é muito mais fácil e higiênico de manter limpo e de secar após exercícios, mas ele necessitará de capas para não pegar um resfriado.
2) Tenha diferentes tamanhos de pentes à mão e se possível uma tosquiadeira menor para locais mais delicados.
3) Sempre comece com seu cavalo limpo e escovado.
4) Durante a sessão de tosa, limpe e lubrifique as lâminas e pentes a cada 5 minutos para resfriá-las e mantê-las trabalhando com eficiência.
5) Se seu cavalo não está acostumado com tosquiadeiras, comece com as menores que são menos barulhentas, para depois passar para as grandes.
6) Tenha certeza de que o local escolhido para seu trabalho é calmo e livre de distrações. Seu cavalo ficará tranqüilo e você pode se concentrar e fazer um trabalho melhor.
7) Se não ficar como você esperava da primeira vez, não se desespere. É como um corte ruim de cabelo! O pelo sempre cresce novamente...

Modelos de Tosa:

Um comentário:

  1. Bom dia sou de Rio Claro SP, e trabalho com tosquia de equinos e muares se alguém precisar do serviço é so me ligar (19)9817-4400

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