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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O que não deve faltar em sua selaria

Pensando em relacionar os dez itens que não poderiam faltar na selaria de um cavaleiro, o bom senso convidou-me a considerar a existência de várias modalidades desse ESPORTE-IÊNCIA-ARTE, chamado por nós de EQUITAÇÃO, e certamente as variações e particularidades que cada uma delas exigirá para sua prática. Todavia, haverá, em qualquer que seja o caso, aquilo que poderíamos chamar de "pré-requisitos" ou de "necessidades básicas" comuns a todos os casos. Foi adotando esse critério de raciocínio que fiz a relação seguinte, acompanhada das respectivas justificativas.

1º ITEM: Utensílios para a higiene do cavalo (escova, raspadeira, pente para crinas e cauda, luva de flanela). Fazer a higiene do cavalo, antes e após montá-lo, é imprescindível por vários motivos, entre eles: fazer a limpeza do pêlo; dar melhor aparência ao animal; promover o relaxamento físico e a estimulação da circulação sanguínea periférica através da massagem com a raspadeira; criar vínculo de relacionamento através das nossas boas intenções transmitidas ao cavalo no ato da escovação.

2º ITEM: Cabrestos. É interessante dispormos de pelo menos dois tipos de cabrestos: o cabresto de manejo e o cabresto de guia. O cabresto de manejo é utilizado para encabrestar, conduzir (cabrestear) e conter o animal enquanto manejado antes de ser montado. O cabresto de guia serve-nos como utensílio para exercícios de aquecimento (10 a 15 min), bastante convenientes, antes de montarmos o cavalo.


Aquecer a musculatura da montaria, com "exercícios de transições" sem o peso do cavaleiro, previne possíveis problemas nas estruturas dos sistemas de sustentação e locomoção do cavalo.



3º ITEM: Selas e mantas. Uma sela de boa qualidade, apropriada à modalidade de equitação que praticamos e, obviamente, as mantas que devem acompanhá-las são indispensáveis para obtermos uma performance de conjunto eficiente, sem prejuízos para ambas as partes. A escolha da sela e das mantas que vamos usar está totalmente vinculada ao tipo de atividade eqüestre que iremos praticar. Até numa mesma modalidade as exigências podem variar conforma sua duração, intensidade e natureza da competição ou trabalho. Portanto, devemos estar atentos a esses detalhes que vão sugerir opções diferentes e compatíveis a cada situação.

4º ITEM: Cabeçadas com embocaduras e rédeas. Esses acessórios fazem parte dos equipamentos de montaria, sendo, portanto, indispensáveis numa selaria. Os modelos e tipos de cada um deles estão relacionados, também, com a modalidade de equitação que praticamos e com os nossos propósitos ao executá-la. É sempre desejável termos pelo menos dois modelos diferentes de cada tipo de embocadura (bridão e freio). As anatomias bucais dos cavalos não são iguais, assim como seus níveis de sensibilidade, daí a necessidade de oferecermos opções para que os indivíduos possam se adaptar melhor aos equipamentos. Bridões e freios têm funcionamento diferenciado e, por isso, são utilizados com intenções distintas. Um mesmo cavalo, muitas vezes requer troca do tipo de embocadura para a realização de exercícios diferentes. Numa equitação mais avançada, usam-se as duas embocaduras, bridão e freio, simultaneamente na boca do cavalo, durante sua prática. Aqui o cavaleiro optará pelos comandos de uma ou outra conforme a performance pretendida.  


5º ITEM: "Ajudas" (pingalins e esporas). Também chamados "ajudas artificiais" do cavaleiro, os pingalins ("ajudas de mãos") e as esporas ("ajudas de pés") são recursos que muito auxiliam na prática de uma boa equitação, apesar de algumas modalidades desprezarem e até discriminarem o uso de um e ou outro. Existem vários tipos e modelos dessas "ajudas", porém o mais importante é aprendermos a entender seu significado e a usá-las corretamente como agentes de estímulos que deverão ser interpretados e correspondidos pela montaria bem condicionada, tomando nossas solicitações mais objetivas, quando necessário. Temos pingalins de montaria e de guia. As esporas sem rosetas exigem menos técnica para serem usadas corretamente.

  6º ITEM: Equipamentos de proteção (botas, perneiras, chaparreiras, coletes de busto, capacete hípico). Com o propósito de zelar pelo seu conforto e segurança, todo cavaleiro deve preocupar-se em utilizar equipamentos de segurança durante a prática da equitação. De acordo com o nível técnico, a experiência e a modalidade praticada, os equipamentos devem ser eleitos segundo nossas necessidades e suas características de eficiência na proteção do cavaleiro. De qualquer forma, o mais indicado é estarmos sempre prevenidos contra acidentes que possam afetar nossa integridade física, em se tratando a equitação de uma atividade de relativo risco.


7º ITEM: Material podológico básico (limpador de cascos, torquês para sacar cravos e ferraduras, grosa, tônico condicionador de cascos). Esse material é de grande importância para que o cavaleiro possa fazer manutenção e reparos nos cascos e ferraduras de suas montarias. A limpeza da sola dos cascos, antes de montarmos, estando o cavalo com ou sem ferraduras, deve ser hábito de todo cavaleiro consciente dos inconvenientes possíveis de serem causados por pedras ou outros objetos rígidos alojados nos cascos. A aplicação de um tônico condicionador de cascos antes de utilizarmos o cavalo contribui de várias formas para a manutenção do bom estado do casco. Um torquês e uma grosa podem ser úteis para a retirada de cravos expostos ou ferraduras que estejam desajustadas e para pequenas correções na muralha córnea dos cascos com o intuito de evitar problemas maiores até a chegada do ferrador.


8º ITEM: Ceras e óleos para a manutenção dos equipamentos de montaria.
A revisão do estado de conservação das selas e outros acessórios deve ser feita regularmente, com periodicidade estabelecida pela freqüência de uso dos mesmos. A aplicação das ceras e óleos apropriados deve ser efetuada após a limpeza do equipamento e, durante essa manutenção podemos aproveitar para revisar a condição apresentada por eles. A durabilidade e a eficiência desses equipamentos está intimamente ligada a essa manutenção.


9º ITEM: Materiais de reposição. É conveniente manter peças de reposição à disposição na selaria com o objetivo de evitar contratempos que podem nos causar aborrecimentos e até mesmo estragar nosso fim de semana ou horário de lazer. Vão aí algumas dicas de acessórios de reposição: par de loros, rédeas, cabeçada, cabresto, biqueiras de rédeas, cilhas, barrigueira, látego de ajuste para cilha e barrigueira, vazador para fazer furos em correias, jogos de ferraduras, cravos.

Organização:
Por fim, não poderia faltar esse item de maior importância, justificado com o simples argumento de pouco nos adiantar termos toda a relação listada, não estando ela resguardada por cuidados e organização, requisitos indispensáveis não só para zelarmos pelo nosso patrimônio, mas para colocarmos em prática os princípios que nos conduzirão ao preenchimento de atributos que vão contribuir para alcançarmos o cobiçado título de CAVALEIRO.

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