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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Alimentação

Principais capins:

Coast-cross: de excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. De fácil manejo tanto para pastejo, como para campo de corte. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

 Tifton: Variação do Coast-cross, com excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. O manejo deve ser mais atento, pois passa do ponto de corte com mais facilidade que o coast-cross. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

Jiggs: Variação dos anteriores, com excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. De fácil manejo, pois possui menos talo, sendo mais difícil passar do ponto de corte. Produz menos massa por área. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

Rhodes: Possui ótima paladar, adaptabilidade variável, bons valores de fibra e proteína. De fácil manejo e implantação, pois o plantio é por sementes.

Colonião: Variedade mais conhecida dos capins tipo Panicum, com boa aceitação pelos animais, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes ou mudas.

Aruana: Variedade de menor porte dos capins tipo Panicum (como Colonião), com ótima aceitação pelos animais, bons valores nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes.

Tanzânia: Variedade de menor porte dos capins tipo Panicum (como Colonião), porém maior que o aruana, com ótima aceitação pelos animais, bons valores nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes.

Capim Elefante: Nome genérico dos capins de grande porte, tendo como variedades o napier e cameroum, entre outros. São ótimas opções como capineira, sendo restrito o uso como pastejo pelo seu porte elevado. Possuem bons níveis nutritivos, se cortados no ponto certo, entre 1,60 e 2,50 m de altura. Se a planta estiver com menos de 1,60m de altura, possui teores muito baixo de fibra, podendo causar diarréia. Se estiver com mais de 2,50m de altura, possui teores muito elevados de fibra insolúvel, com baixo aproveitamento dos nutrientes, podendo ainda causar cólicas.

Principais gramíneas:

Capim Rhodes (Chloris Gayana) Excelente para pastagens de pouca duração, pois exige renovação a cada três anos ou para fenação. Apesar de ser um capim de touceira ele também dá em estalões como a grama; apresenta hábito de crescimento misto de prostrado e cespitoso. Cresce a uma altura média de 1,5 m., devendo ser utilizado como pastagem só depois do primeiro corte. É mais recomendado para a produção de feno. E exigente em adubos de curral para produzir abundantemente.

Capim Pangols (Digitaria decubens)Existem diversas variedades, prefere-se a Pangolina. E pouco exigente em relação ao solo, propaga-se rapidamente, proporcionando boa pastagem e bom feno. Recupera-se rapidamente após a ocorrência da geada. Recomenda-se fazer o rodízio das pastagens, pois ela é estragada pelo pisoteio mais que as outras espécies.
Capim Kykuiu (Pennisetum clandestinuun) É mais exigente que as anteriores, sua palatabilidade é bastante inferior, quando não é tenro, entretanto oferece excelente valor nutritivo e apresenta boa recuperação após a seca ou geada. Requer solo fértil ou grande adubação de esterco e umidade suficiente; nestas condições, apresenta crescimento agressivo e fornece também feno de boa qualidade.

Grama de Bermuda (Cynodom dactylon)
É uma das forrageiras mais importantes nos climas tropicais, de hábito de crescimento prostrado, vegeta durante todo ano, sendo pouco exigente quanto a fertilidade do solo, respondendo bem a adubação nitrogenada.

Capim agulha (Brachiaria humidícola) Das brachiarias, talvez a mais consumida pelos eqüinos é o capim agulha, pois este possui melhor paladar para os eqüinos, Tem hábito de crescimento prostrado; é uma planta rizomatosa, que cobre totalmente o solo quando adulta, protegendo-o da erosão com bastante sucesso. E resistente ao pisoteio e aparentemente pouco atacada pelas "cigarrinhas das pastagens". O desenvolvimento da B. Humidícola, inicialmente lento, em aproximadamente um ano, dará cobertura total ao terreno.

Estrela Africana (Cynodon Plectostachyus) Espécie de crescimento prostrado prefere solos de textura argilo-arenosa. Extremamente resistente ao pisoteio e apresenta valor nutritivo bom e notável capacidade de cobrir terreno. Entretanto é menos resistente à geada comparando se com a grama de Bermuda. Regra geral não recomendada para fenação, dando-se a preferência para o capim Rhodes.

Coast Cross (Cynodon Dactylon)
O coast-cross é uma forrageira perene, subtropical, híbrida, desenvolvida na Geórgia, EUA, pelo cruzamento entre espécies de Cynodon (grama-bermuda). É resistente ao frio, tolerando bem geadas. Apresenta bom valor nutritivo (teor protéico: 12 a 13%), alta produção (20 a 30 t/ha/ano de matéria-seca) e alto nível de digestibilidade (60 a 70%). Por apresentar alta relação folha/haste e responder vigorosamente à adubação, constitui-se em excelente opção para fenação. Comparado com o capim-de-rhodes, o coast-cross apresenta vantagens, pois, além de ser mais macio, produzindo bom feno, o seu hábito prostrado e estolonífero lhe assegura maior persistência, podendo ser utilizado em pastejo por bovinos e eqüinos.

Tifton 85 (Cynodon SP)
Gramínea do gênero Cynodon sp, híbrido estéril resultante do cruzamento da TIFTON - 68 com a espécie Bermuda Grass da África do Sul Gramínea perene estolonífera com grande massa folhear, rizomas grossos, que são os caules subterrâneos que mantêm as reservas de carboidratos e nutrientes que proporcionam a sua incrível resistência a secas, geadas, fogos e pastejos baixos. Pode ser plantada tanto em regiões frias, quanto em regiões quentes de clima subtropical e tropical, ou seja, em todo território nacional, em solos arenosos, mistos e argilosos (não alagados), devidamente corrigidos e adubados.

Tifton 68 (Cynodon sp)
O tifton 68 é uma gramínea forrageira tropical obtida a partir de melhoramentos genéticos realizados com o gênero Cynodon nas universidades da Geórgia e da Flórida, nos Estados Unidos. Apresenta as mesmas características o tifton 85 apresentado acima.

Braquiárias:
Capins do gênero brachiaria devem ser evitados na formação de pastagens para eqüinos, pois algumas espécies (brachiaria decumbens) são rejeitas pelos animais. Algumas causam fotossenbilização hepatógena principalmente nas partes despigmentadas dos animais (brachiaria humidicola), além de apresentarem alto teor de oxalato, que seqüestra o cálcio tornanndo-o indisponível para o animal.

A doença conhecida como “cara inchada” (hiperparatireoidismo nutricional secundário), é caracterizada por um inchaço bilateral dos ossos da face, e é causada pelo alteração da relação Ca:P. Para tentar restabelecer a quantidade de cálcio no sangue o organismo libera o PTH (hormônio da paratireóide), que mobiliza o cálcio dos ossos para a corrente sanguínea.

O cálcio retirado dos ossos é substituído por um tecido cicatricial fibroso, que provoca aumento de volume dos ossos da face. Embora irreversíveis, essas lesões podem ser controladas quando detectadas.

Outras espécies como o capim kycuiu (pennisetum clandestinum), Setaria anceps cv. Kazungula, Panicum maximum cv. Colonião, Digitaria decumbens cv. Transvala também devem ser evitadas pelo seu alto teor de oxalato.


Principais leguminosas:
 
Soja Perene Comum: - planta que exige melhores solos, isto é, livre alumínio, com bom teor de Ca e Mg (Cálcio e Magnésio). Vai bem em clima ameno e de altitude. Tem florescimento tardio, produzindo boa alimentação até a entrada do inverno. Suporta melhor o frio que a centrozema.

Lablab Purpureos: - destaca-se das demais leguminosas pela alta produção e pela adaptação as diversas condições de solo e de clima. E de fácil cultivo, pois é pouco exigente de solo; porém, não tolera os maus drenados e os excessivamente ácidos, se mantem verde durante a seca, tolera o frio embora seja afetada pela geada. Tem hábito decumbente e trepador, apresentando desenvolvimento vigoroso após 40-60 dias depois do plantio.

Centrocerna Pubesceus: - caracteriza-se por vegetação espontânea nas zonas costeiras do Vale do Paraíba, no Pantanal e na Amazônia. Portando é pouco agente de solo. Adapta-se bem em clima quente úmido e livre de geada. Tem crescimento rasteiro e emite estalões que ao encontro de algum obstáculo, sobem. Nas condições climáticas citadas, ela desenvolve-se melhor que a soja perene.

Galactia striata: - é encontrada nativa em certas áreas do Estado de São Paulo, apresentando crescimento vigoroso, produzindo semente abundante e mantendo-se verde durante a seca. Resultados obtidos até o memento, indicam que sua produção de matéria seca (M.S.) e de proteína bruta (P.B.) é superiora de outras leguminosas conhecidas, prestando-se, portanto, para a produção de feno.
Para estarmos devidamente preparados, seguros, quanto a esta fonte de alimentação há necessidade de se usar ou plantar pelo menos três variedades de forrageiras, pois não existe nenhuma planta que reúna todas essas características. Devemos, portanto, instalar diversas gramíneas em diferentes piquetes, nunca dois ou mais tipos num mesmo pasto, pois estas têm comportamentos de crescimentos distintos. Não se admite pastos chamados "saladas". Há necessidade algumas vezes de uma consorciação, neste caso, esta deverá ser sempre uma gramínea e uma leguminosa, porque os animais pastam seletivamente.

Alfafa (Mendicago Sativa)A imagem de fardos de alfafa está associada indissoluvelmente à presença de cavalos. De origem asiática, a alfafa é uma planta forraginosa da família das leguminosas, subfamília papilonácea, sendo muito rica em proteínas, vitaminas e sais minerais. No Brasil, seu uso é restrito à forragem de cavalos de esporte, principalmente devido aos altos custos de produção, sendo raramente utilizada na alimentação de outros animais ou em rações industrializadas.

A alfafa é usualmente consumida na forma de feno, o que facilita o transporte e a estocagem. O processo de fenação retira 75% do líquido sem prejuízo do valor nutritivo original e das propriedades fibrosas. Um cavalo consome, em média, 5 quilos de feno por dia, que pode ser de alfafa ou de capim da espécie Cynodon Dactylon, comumente chamada de Bermuda (coast cross, tifton 85, florakirk, jiggs etc). Especialistas da área são contrários à ingestão da alfafa
pura pelos cavalos estabulados, principalmente pelo excesso de proteína bruta em quantidade acima da necessária para os cavalos de competição.

Três razões foram, citadas como importantes: a alfafa pura aumenta a necessidade de água pelo aumento da ingestão de proteína; os níveis de uréia aumentam no sangue e podem causar distúrbios intestinais como enterotoxemia; e por fim, aumento da amônia no sangue causa problemas como irritação nervosa e distúrbios no metabolismo dos carboidratos.

Fenação
Analisando o gráfico da produção do verde, nas diferentes épocas do ano observamos os períodos de fartura, equilíbrio e escassez, percebendo daí, a necessidade de armazenamento alimentos para os meses de escassez, com as sobras do período de fartura.
Ao processo de conservação de forragens através da desidratação, damos o nome de fenação. Neste processo, reduz-se o teor de umidade de 70 a 80 % da massa verde para 12 a 15 % na massa fenada, através da exposição solar, bastando apenas dois dias em média para se levar a cabo o processo de fenação.Escolhemos para isso os dias de menor grau de umidade do ar.
O melhor período para a colheita da massa verde destinada a produção de feno é de novembro a fevereiro (águas), no qual a planta atinge o seu crescimento máximo.
Ao contrário nos meses que vão de maio a setembro, as plantas não se desenvolvem por ausência ou carência de quatro fatores: água, temperatura baixa, luminosidade e radiação solar insuficiente (dias curtos). Por isso, a prática da irrigação para a produção de feno não é utilizada, pois forneceria apenas um fator (água).
As plantas mais adequadas à fenação são as gramíneas as quais produzem quatro vezes mais matéria seca que as leguminosas, pois nestas ocorre grande perda de folhas no processo, além de apresentar dificuldade no corte devido a presença de cipós.
O fator determinante da qualidade da massa fenada é a velocidade do processo de desidratação; neste período deve-se proceder a ceifa após o período de evaporação do orvalho matinal (das 9 às lO hs.). Para aumentar a desidratação da massa verde, deve-se proceder viragens sucessivas, sendo que quanto maior op período de viragens, maior será a velocidade de desidratação e melhor será a qualidade da massa.
Existem diversas maneiras para reconhecer-se o "ponto-de-feno", sendo mais prática, colher faixas de capim ceifado, torce-los entre as mãos e observar: o capim não deverá apresentar escorrimento de seiva, nem quebrar por estar seco. O capim estará no ponto-de-feno quando apresentar maleabilidade (maciez), cor esverdeada (cáqui) e estrutura de palha: flexível e não quebradiço.
O armazenamento do feno deverá ser feito em local protegido de umidade e ventilado.

Produção das forrageiras
Leguminosas
Taxa de semeação
Produção massa seca Ha/ano
Soja perene comum
3 a 5kg/ha
-
Lab lab
10 a 20 kg/ha
40 ton
Centrocerna
3 a 5 kg/ha
-
Galactia
4 a 6 kg/ha
-
Gramíneas
Taxa de semeação
Produção Massa-Seca
Capim rhodes
4 kg/ha
20 ton
Capim pangola
muda
10 a 16 ton
Capim kikuiu
muda
-
Capim kikuiu semente
2 a 4 kg/ha
-
Estrela africana
muda
-
Grama bermuda
12 kg/ha
20 ton
Brachiaria humidícula
5 a 10 kg/ha
-

Concentrado
Até algum tempo, raramente os eqüinos recebiam alimentos concentrados, fenos de gramíneas ou leguminosas. A pastagem sempre constituiu a alimentação natural do cavalo e, para tanto, seu aparelho digestivo está anatômo  e fisiologicamente preparado para a digestão. Normalmente, pastagens de boa qualidade são suficientes para manter as condições físicas dos cavalos em bom estado.
Os eqüinos adultos em descanso podem receber apenas alimentos volumosos (de boa qualidade) para suprir todas as suas necessidades. Todavia, os animais adultos em trabalho, os potros em crescimento, as éguas em gestação ou lactação e os garanhões, não conseguem atender a todas as suas necessidades nutricionais quando recebem apenas alimentos volumosos.Nessas condições, pelo menos 50% das exigências diárias de energia devem ser fornecidas pelos alimentos concentrados.
Na manutenção de grande número de animais em espaço pequeno ou áreas de solo de baixa qualidade, existe a necessidade de se alimentar os animais com o emprego parcial de alimentos concentrados, ricos em nutrientes como; proteína, energia, minerais e vitaminas
O correto arraçoamento consiste em definir o melhor local e o melhor horário para fornecer as rações nas quantidades necessárias. É preciso ter sempre em mente que a ração fornecida aos eqüinos deverá apenas cobrir o que volumoso não esteja fornecendo, ou quando na atividade imposta ao cavalo como: crescimento, gestação, lactação ou intenso trabalho, ele não consegue retirar dos alimentos volumosos todos os nutrientes que precisa. Portanto, as recomendações que serão feitas, para as diversas categorias, serão sempre no sentido de quantidades variáveis.

Tipos de Alimentos

Os alimentos que nutrem o cavalo estão classificados nas seguintes categorias: cereais, forragem natural, raízes e tubérculos, e forragem artificial.

No que se refere aos cereais, empregam-se a aveia, a cevada, o centeio, o trigo e o milho. Quanto às leguminosas, as favas também podem ser usadas.

A aveia constitui o melhor alimento do cavalo. Fornece-lhe músculos e energia sem excesso de gordura, exerce uma ação eficaz sobre o aparelho digestivo e é muito apreciada pelo animal. A aveia de boa qualidade tem grãos grandes e casca fina, é firme, seca e sem cheiro. A polpa deve ser branca e não apresentar nenhuma irregularidade. A aveia mofada — como todo alimento nessas condições — é muito nociva e provoca cólicas estomacais e intestinais.
A cevada é dura e indigesta. Deve ser preparada previamente. Triture e deixe na água durante 24 horas ou cozinhando-a.

 O centeio é de digestão difícil e tem a propriedade de “crescer” muito quando umedecido, o que pode provocar cólicas. Deve ser triturado ou posto de molho durante 24 horas.

O trigo, embora difícil de digerir, é um bom substituto da aveia.

O milho fornece excelente alimentação, mas só deve ser dado depois de moído com palha e sabugo.

As favas constituem um bom alimento, mas só devem ser dadas depois de trituradas ou maceradas.

O farelo de trigo é de digestão fácil, e assim sendo pode ser dado frequentemente, juntamente com aveia moída e palha picada, acrescentando-se um pouco de sal nos casos de animais que sofram do estômago ou dos intestinos. Todavia, o farelo produz mais gordura do que músculos.

Como forragem empregam-se o feno, a palha, o capim e, em caso de necessidade, folhas de árvore.

O feno é constituído pela desidratação de capim seco proveniente de pastagens naturais ou artificiais, de gramíneas e leguminosas.

O feno natural é composto de gramíneas (de hastes altas, cilíndricas e nodosas), que tenham sido ceifadas em campos de boa qualidade, não muito úmidos e na estação apropriada, e depois secas ao sol e imediatamente armazenadas no celeiro. O feno desse tipo tem uma cor verde uniforme e definida, e um aroma agradável. O feno fresco, que não perdeu ainda toda a sua água (ceifado menos de 2 ou 3 meses antes), pode causar graves enfermidades.

A forragem artificial (trevo, alfafa, sanfeno, etc.) é um excelente alimento, mas deve ser ceifado e armazenado nas mesmas condições do feno natural. Sua cor é mais escura e sua conservação exige mais cuidado, pois ele perde grande parte do seu valor nutritivo quando caem suas folhas e flores. Torna-se também rapidamente quebradiço e apanha mofo com facilidade.

No que se refere às palhas, distinguem-se as dos cereais e as das plantas dos brejos.

Têm um valor nutritivo bem diminuto (cerca de um quarto do valor do feno) e não servem senão como volumoso. O cavalo, na falta do que fazer costuma comer a palha que forra o seu leito. A palha dos cereais deve ser fornecida ao animal picada e misturada com outros alimentos. A da aveia presta-se particularmente para esse fim.

O capim constitui o alimento mais antigo e mais natural do cavalo. É necessário aos potros, para que o seu crescimento se faça corretamente. Contudo, representa também um alimento precioso e rico em vitaminas para os cavalos mais idosos, doentes ou convalescentes de moléstias do estômago, dos intestinos e dos pulmões. Pode ser dado ao animal em feixes, quando não for possível mandá-lo para o pasto.

Todavia, o valor nutritivo do capim, que contém muita água, é relativamente fraco, sendo preciso dar ao animal, em peso, oito a dez vezes mais do que o feno. Por essa razão o capim fresco deve ser considerado apenas como um reforço alimentar para os cavalos que trabalham. Não obstante, convém dar-lhes sempre uma pequena porção desse alimento, devido à sua ação refrescante sobre o aparelho digestivo.

O capim novo e tenro é fácil de digerir e age como um laxativo. Em oposição, o capim velho e duro costuma causar prisão de ventre. Quando o cavalo come capim cortado que já começou a fermentar e a desprender calor, corre o risco de ser acometido de perigosos meteorismos.

As folhas de árvores e arbustos podem, na falta de outra coisa, servir de alimentos para os cavalos. É mais aconselhável empregá-las quando estão secas do que quando verdes. As mais usadas são as de amora, algoroba. As agulhas de pinheiro são muito resinosas, convém recolher as folhas no verão e deixá-las secar bem à sombra, não ao sol. Quando mofadas, elas se tornam muito perigosas.

Entre as raízes, tubérculos, etc., que servem de alimento ao cavalo, podemos enumerar os nabos, rabanetes, cenouras, beterrabas, batatas, etc.

 Os nabos, os rabanetes e principalmente as cenouras constituem um excelente complemento alimentar, especialmente no inverno, e têm efeitos análogos aos do capim verde. Pode-se dar ao cavalo 8 quilos de nabos por dia, picados em pedaços não muito pequenos. O animal aprecia-os por causa do açúcar que eles contêm, mas seu valor nutritivo é pequeno.

A abóbora, cortada em fatias, pode servir de alimento, na falta de outro.

Entre os alimentos preparados temos os vários tipos de torta — de açúcar, de melaço, de bagaço e de sal — e as papas.

As papas são empregadas com sucesso na alimentação de cavalos esgotados, que tenham pouco apetite ou sofram de forma crônica do estômago e dos intestinos. Os que fazem trabalho pesado devem receber uma porção semanalmente. Elas são preparadas de vários modos. A mais comum é composta de uma mistura de farelo grosso, grãos de aveia amolecidos na água e um pouco de sal.

Para os cavalos que trabalham ou estão em treinamento é aconselhável dar a papa no sábado à noite, véspera do dia de descanso. Pode ser dada inteiramente fria ou ainda quente. Neste último caso ela exerce uma ação levemente laxativa. A papa azeda com bastante rapidez, tornando-se assim imprestável.

O açúcar é um alimento de alto valor nutritivo e de assimilação imediata pelos intestinos. Por essa razão deve ser dado ao cavalo que tem trabalho pesado a fazer, e especialmente enquanto durar esse trabalho. Convém ser ministrado igualmente em ocasiões em que o animal despendeu grande energia e quando se deseja que ele recupere as forças rapidamente. Nesses casos o açúcar faz às vezes grandes milagres.

Podem ser dados até 3 quilos por dia, seja em torrões dissolvidos em água. Não é aconselhável misturá-lo com aveia porque muitos animais passam imediatamente a recusar a aveia que não tenha sido adoçada.

Trata-se de uma guloseima graças à qual é possível obter excelentes resultados durante o adestramento.

O melaço é o resíduo que resulta da refinação do açúcar. É uma substância viscosa de cor castanha, que ainda contém bastante açúcar. Adicionando-lhe água, podemos empregá-lo como complemento alimentar, misturando-o à aveia, ao farelo, aos resíduos da beterraba ou à palha picada. Tem efeito laxativo quando empregado em grande quantidade.

Os resíduos da beterraba são constituídos pelo bagaço que resta após a lixívia e a prensagem das beterrabas no processo de extração do açúcar. Pode ser usado seco e misturado com outros alimentos.

O sal é um mineral que entra na composição de diversas forragens. Mas as forragens secas não contêm uma quantidade de sal suficiente para o organismo do cavalo, razão por que se deve dar ao animal uma dose suplementar de 50 gramas diárias.

Outros sais solúveis, tais como os do cálcio e do fósforo, são igualmente necessários ao bom desenvolvimento do cavalo. Em certas regiões são encontrados em pequenas quantidades nas forragens e na água, mas em outras essas quantidades são insuficientes, sendo pois necessário reforçá-las com uma dose suplementar, principalmente quando se trata de cavalos novos.

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