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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Rédeas


Desempenhar a função de rédeas em um cavalo não siginifica apenas guiá-lo, mas também dominar todos os seus movimentos. Em rédeas, é pedido ao cavaleiro para desempenhar um dos 13 percursos existentes pré-estabelecidos, os quais incluem: manobras prescritas de esbarros, spins (giros de 360 graus), rollbacks (esbarro com mudança de direção em 180 graus saindo ao galope), mudança de mão e círculos ao galope. O cavalo deve ser voluntariamente guiado com pouca ou nenhuma resistência. O cavalo é julgado nos seus movimentos, cumprimento do percurso e atitude.

O esporte evolui bastante desde sua origem até as provas de Rédeas dos dias atuais. Cresceu tomou forma, distribui prêmios milionários e conquistou muitos espectadores. Da forma empírica como era praticada nos ranchos americanos, a modalidade aperfeiçou-se, resultando em um conjunto de manobras. Praticada em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Japão, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Brasil, esta modalidade de equitação western é a base de treinamento para cavalo de trabalho. Na raça Crioula, o esporte iniciou em 2005 e desde lá a modalidade de Rédeas vem crescendo no mercado do Crioulo. No Rio Grande do Sul a adesão desta raça vem adquirindo cada vez mais adeptos nas Rédeas. Neste ano, durante a Expointer levou a final do Classificatória de Rédeas da ABCCC a ser disputada na pista do Freio de Ouro proporcionando ao grande público prestigiar a modalidade.

 
AS MANOBRAS

Círculos
O primeiro exercício de Rédeas é o círculo, onde o cavalo apreende a galopar relaxado e na mão certa, além de ter controle de velocidade. Sentado no centro da sela, pés na mesma posição no estribo. O treinador está pronto para ensinar uma importante manobra: os Círculos. Corpo sempre reto, mãos bem posicionadas nas rédeas, um pouco de pressão no pescoço e muito balanço. Rédeas frouxas, sinal de pouco contato com a boca, o galope é feito em círculos grandes ou pequenos, tomando por base uma linha imaginária na pista

Troca de mão
Alguns cavalos nasceram com a aptidão e fazem a troca naturalmente, outros porém, precisam de um trabalho demorado. Quando o cavalo estiver fazendo o círculo de forma correta, inclusive dos de formato D, à direita e para esquerda, está em condições de começar as trocas de mãos. Precisão na troca é fundamental. Rédeas soltas, cavalo galopando pressionar a perna direita na costela. Na troca, retirar a pressão da perna direita, pressionando com a esquerda, pedindo que o cavalo troque a mão do galope para direita. Ao contrário, quando estiver na mão do galope: a pressão nas costelas com a perna esquerda é retirada na hora de fazer a manobra, mudando a pressão para a direita para haver a troca de mão do galope da direita para a esquerda.

Esbarro
Com um ano de treinamentos diários, finalmente o cavalo consegue realizar com perfeição uma das mais belas manobras de Rédeas. Tudo começa com um galope. Ao som do comando whoa!!!, o cavalo trava os posteriores, deslizando alguns metros até parar totalmente. O esbarro emociona treinadores e arrebata aplausos da platéia. Técnica e equilíbrio são fundamentais para execução desta manobra. Um leve toque na boca do cavalo, que deve estar fechada e as rédeas quase soltas. Para se conseguir um bom esbarro, o ideal é inicialmente andar ao passo, segurar as rédeas e sentar no fundo da sela. Assim que sentir uma leve pressão na boca, o cavalo deve ceder a nuca e a cabeça, o que deixa a frente mais leve.

Recuos
Manobra que exige paciência, suavidade e muito treino. Muitos treinadores ensinam o cavalo a recuar em "doses homeopáticas". Com muita calma, mantendo contato com a boca, é feita uma leve pressão. Se ele obedecer e recuar ao passo, o treino é suspenso até o dia seguinte, quando será exigido dois passos. Só após 60 dias de treinos diários é que se começa a pressão com as pernas nas paletas do cavalo. O objetivo é fazê-lo recuar de forma suave, fugindo da pressão do freio. Caso ele recue para um dos lados, deve ser empurrado com a perna para o centro se conseguindo movimentos naturais e recuos em linha reta. Quando isso acontecer, o cavalo estará flexionado em todo seu corpo. Para um bom recuo, nada melhor que um cavalo de boca macia.

Spins
Posterior de dentro no chão, um giro em cima dele, mãos se cruzando, como se estivessem trotando, mas sem bater uma na outra. É o spin, uma manobra que começa com trote de círculos pequenos, ao mesmo tempo que o cavaleiro pressiona a perna de fora, junto com a pressão da rédea de fora para que o animal diminua o círculo. Trotes em círculos pequenos sem forçar para fora, é hora de relaxar por alguns instantes para prosseguir a manobra. Rédea de fora encostada, perna de fora sobre a de dentro. Mais trotes, no mesmo círculo. Assim, o animal apreende a cruzar as mãos várias vezes no mesmo lugar. De forma gradativa, acrescenta-se a velocidade à manobra.

 
Vídeo:


http://www.ancr.org.br/ - ANCR - Associação Nacional do Cavalo de Rédeas

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Hipismo - Paraequestre

O que é Adestramento Paraequestre?

Única disciplina do Hipismo do Programa Paraolímpico, o Adestramento Paraequestre é a 8ª disciplina esportiva da Federação Equestre Internacional (FEI), sendo praticada por pessoas portadoras de necessidades especiais(PPNE). Os benefícios da equitação terapêutica são conhecidos desde 460 a.C. e sua prática adotada nos países europeus ao longo da história. A partir da década de 1970, no entanto, esta forma de reabilitação física e social de pessoas com alguma deficiência ganhou também o status de competição por iniciativa de países como Escandinávia e Grã Bretanha. Nascia o Adestramento Paraequestre.
Vários países do Continente e a América do Norte adotaram a modalidade que em 1984 foi apresentada na Paraolimpíada de Nova York. No entanto, o número insuficiente de participantes acabou tirando o esporte das Paraolimpíadas de 1988, 1992 e 1996. O Adestramento Paraequestre só voltaria a fazer parte da programação nos Jogos de 2000, em Sidney, Austrália.Hoje, o Adestramento Paraequestre marca presença em 40 países e é praticado por atletas com diferentes tipos de deficiência.
Marcos Fernandes Alves, o Joca, Ícone máximo do Adestramento Paraquestre brasileiro, contabiliza participação nas Olimpíadas de 2004 e 2008 (com duas medalhas de bronze), Mundiais, Panamericanos e Sul-americanos No Brasil, a equitação terapêutica foi adotada também na década de 1970 e entre os pioneiros estavam a fisioterapeuta Gabriele B. Walter e o Centro Equestre do Torto, na Granja do Torto, em Brasília (DF), onde nasceu a ANDE-Brasil – Associação Nacional de Equoterapia. O conceito esportivo, no entanto, só se concretizou a partir de 2000, tendo Gabriele B. Walter como pioneira na ministração de cursos e busca do apoio da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) que passou a regulamentar o esporte a partir de 2002.
As categorias de atletas Objetivando agrupar tipos de deficiência semelhante, os atletas paraequestre são divididos em quatro classes: Grau I (Ia e Ib), Grau II, Grau III e Grau IV.


O Brasil conta com diversos centros de Equoterapia e Equitação Terapêutica, celeiros em potencial para atletas de Adestramento Paraequestre; acima um jovem praticante no Clube Hípico de Santo Amaro Os profissionais que trabalham com o Adestramento Paraequestre – terapeutas, fisioterapeutas e professores de equitação – é que avaliam o atleta para definir o perfil funcional que ele pertence e enquadra-lo em uma das quatro classes (graus). No Grau Ia o atleta faz sua reprise ao passo; no Grau Ib se apresenta no passo e trote; no Grau III o atleta compete no passo, trote e galope e no Grau IV faz sua apresentação no passo, trote e galope com trabalho lateral.
Grau IA e IB - Fazem parte deste grupo "cadeirantes" (usuários de cadeiras de rodas) com pouco controle do tronco ou comprometimento da função nos quatro membros ou com ausência de controle de tronco e boa funcionalidade nos membros superiores, ou controle de tronco moderado com comprometimento severo nos quatro membros. Grau II – Nesta classe estão cadeirantes ou aqueles com comprometimento locomotor severo, envolvendo tronco e com boa a razoável funcionalidade dos membros superiores ou atletas que possuem comprometimento unilateral severo. Geralmente estes atletas são capazes de andar sem ajuda. A classe engloba, ainda, pessoas com comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais de ambos os olhos também fazem parte desta classe.
Grau III - Nesta classe estão as pessoas que são capazes de andar sem auxílio, mas que possuem comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais de ambos os olhos também fazem parte desta classe.
Grau IV – É a classe que engloba atletas que possuem um ou dois membros comprometidos ou com alguma deficiência visual.

A competição
As provas de Adestramento Paraequestre obedecem a critérios conforme a competição. Em campeonato, por exemplo, atletas apresentam movimentos pré-determinados pelo Comitê Internacional Paraequestre (IPEC). Nas apresentações "Estilo Livre" (Kür) os atletas criam suas "rotinas" (figuras, no Adestramento Clássico) incorporando movimentos exigidos pelo IPEC de modo a demonstrar harmonia entre o cavaleiro e sua montaria. Existem, ainda, as "duplas livres", competição opcional em que atletas executam rotinas (figuras) aos pares. Para um país participar como equipe em competições internacionais é obrigatório que o time seja formado por 3 ou 4 atletas, onde pelo menos um deles deve pertencer ao Grau I ou II.

Os atletas dos Graus I, II e III apresentam suas reprises (exercícios) em pistas de 20mx40m, enquanto os de Grau IV em pistas com medida de 20mx60m. A pista deve oferecer níveis de segurança maiores do que as pistas convencionais. Para isso, a areia, ao contrário do Adestramento convencional, é compactada para facilitar a locomoção do cavaleiro. As letras de posicionamento são maiores para facilitar a leitura e a identificação. Uma sinalização sonora é usada para orientar o atleta cego: são os "chamadores", que gritam letras conforme o cavaleiro se aproxima de um obstáculo. O local de competição precisa ter uma rampa de acesso para os competidores subirem em suas montarias. Mulheres e homens competem juntos nas provas e diferente de outras modalidades do hipismo, no Adestramento Paraequestre os cavalos também são premiados.

Vídeo:


Fontes: Federação Equestre Internacional (FEI), Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB)