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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Hipismo - Paraequestre

O que é Adestramento Paraequestre?

Única disciplina do Hipismo do Programa Paraolímpico, o Adestramento Paraequestre é a 8ª disciplina esportiva da Federação Equestre Internacional (FEI), sendo praticada por pessoas portadoras de necessidades especiais(PPNE). Os benefícios da equitação terapêutica são conhecidos desde 460 a.C. e sua prática adotada nos países europeus ao longo da história. A partir da década de 1970, no entanto, esta forma de reabilitação física e social de pessoas com alguma deficiência ganhou também o status de competição por iniciativa de países como Escandinávia e Grã Bretanha. Nascia o Adestramento Paraequestre.
Vários países do Continente e a América do Norte adotaram a modalidade que em 1984 foi apresentada na Paraolimpíada de Nova York. No entanto, o número insuficiente de participantes acabou tirando o esporte das Paraolimpíadas de 1988, 1992 e 1996. O Adestramento Paraequestre só voltaria a fazer parte da programação nos Jogos de 2000, em Sidney, Austrália.Hoje, o Adestramento Paraequestre marca presença em 40 países e é praticado por atletas com diferentes tipos de deficiência.
Marcos Fernandes Alves, o Joca, Ícone máximo do Adestramento Paraquestre brasileiro, contabiliza participação nas Olimpíadas de 2004 e 2008 (com duas medalhas de bronze), Mundiais, Panamericanos e Sul-americanos No Brasil, a equitação terapêutica foi adotada também na década de 1970 e entre os pioneiros estavam a fisioterapeuta Gabriele B. Walter e o Centro Equestre do Torto, na Granja do Torto, em Brasília (DF), onde nasceu a ANDE-Brasil – Associação Nacional de Equoterapia. O conceito esportivo, no entanto, só se concretizou a partir de 2000, tendo Gabriele B. Walter como pioneira na ministração de cursos e busca do apoio da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) que passou a regulamentar o esporte a partir de 2002.
As categorias de atletas Objetivando agrupar tipos de deficiência semelhante, os atletas paraequestre são divididos em quatro classes: Grau I (Ia e Ib), Grau II, Grau III e Grau IV.


O Brasil conta com diversos centros de Equoterapia e Equitação Terapêutica, celeiros em potencial para atletas de Adestramento Paraequestre; acima um jovem praticante no Clube Hípico de Santo Amaro Os profissionais que trabalham com o Adestramento Paraequestre – terapeutas, fisioterapeutas e professores de equitação – é que avaliam o atleta para definir o perfil funcional que ele pertence e enquadra-lo em uma das quatro classes (graus). No Grau Ia o atleta faz sua reprise ao passo; no Grau Ib se apresenta no passo e trote; no Grau III o atleta compete no passo, trote e galope e no Grau IV faz sua apresentação no passo, trote e galope com trabalho lateral.
Grau IA e IB - Fazem parte deste grupo "cadeirantes" (usuários de cadeiras de rodas) com pouco controle do tronco ou comprometimento da função nos quatro membros ou com ausência de controle de tronco e boa funcionalidade nos membros superiores, ou controle de tronco moderado com comprometimento severo nos quatro membros. Grau II – Nesta classe estão cadeirantes ou aqueles com comprometimento locomotor severo, envolvendo tronco e com boa a razoável funcionalidade dos membros superiores ou atletas que possuem comprometimento unilateral severo. Geralmente estes atletas são capazes de andar sem ajuda. A classe engloba, ainda, pessoas com comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais de ambos os olhos também fazem parte desta classe.
Grau III - Nesta classe estão as pessoas que são capazes de andar sem auxílio, mas que possuem comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais de ambos os olhos também fazem parte desta classe.
Grau IV – É a classe que engloba atletas que possuem um ou dois membros comprometidos ou com alguma deficiência visual.

A competição
As provas de Adestramento Paraequestre obedecem a critérios conforme a competição. Em campeonato, por exemplo, atletas apresentam movimentos pré-determinados pelo Comitê Internacional Paraequestre (IPEC). Nas apresentações "Estilo Livre" (Kür) os atletas criam suas "rotinas" (figuras, no Adestramento Clássico) incorporando movimentos exigidos pelo IPEC de modo a demonstrar harmonia entre o cavaleiro e sua montaria. Existem, ainda, as "duplas livres", competição opcional em que atletas executam rotinas (figuras) aos pares. Para um país participar como equipe em competições internacionais é obrigatório que o time seja formado por 3 ou 4 atletas, onde pelo menos um deles deve pertencer ao Grau I ou II.

Os atletas dos Graus I, II e III apresentam suas reprises (exercícios) em pistas de 20mx40m, enquanto os de Grau IV em pistas com medida de 20mx60m. A pista deve oferecer níveis de segurança maiores do que as pistas convencionais. Para isso, a areia, ao contrário do Adestramento convencional, é compactada para facilitar a locomoção do cavaleiro. As letras de posicionamento são maiores para facilitar a leitura e a identificação. Uma sinalização sonora é usada para orientar o atleta cego: são os "chamadores", que gritam letras conforme o cavaleiro se aproxima de um obstáculo. O local de competição precisa ter uma rampa de acesso para os competidores subirem em suas montarias. Mulheres e homens competem juntos nas provas e diferente de outras modalidades do hipismo, no Adestramento Paraequestre os cavalos também são premiados.

Vídeo:


Fontes: Federação Equestre Internacional (FEI), Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB)

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