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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Marcha Antiga

Mais uma vez estamos às voltas com um velho assunto:  A MARCHA! De tanto ser discutido, o assunto fica mesmo repassado, surrado, VELHO. Mas a marcha, aquela boa ,  continua como sempre, com suas características inconfundíveis, que a tornam até  motivo de... “preservação permanente” ( e viva a ecologia! ). 

Trocando idéias com criadores, novos e antigos na arte de criar cavalos, percebo às vezes que existe uma referência variável entre alguns aficionados ( mais comum aos mais novos ), que se reporta ao tempo em que iniciaram seus criatórios. Desta forma encontramos pessoas que se referem à marcha como  “aquela, antiga, verdadeira”, ou  “a marcha antiga, macia”, ou ainda “aquela marcha antiga, equilibrada, prá frente”. Cada uma destas pessoas, na verdade, defende seu conceito de “boa marcha” com argumentos que confirmam não só uma divergência de opiniões, mas também uma idéia de que a marcha tem a idade de seu próprio criatório. Sem a pretensão de definir a “boa marcha”, vejo sim a necessidade de dar a estes criadores alguns parâmetros que os auxiliem na tradução de seus conceitos, às vezes confusos pela falta de informações. 

Se estudarmos a história da Raça Mangalarga Marchador, poderemos perceber nítidas influências que nortearam temporariamente sua evolução. Basicamente três fases se passaram até que se voltasse às origens, com evidências de um ganho zootécnico considerável, apesar dos erros de percurso cometidos. Entenda-se por volta às origens a valorização de um cavalo cuja marcha retrata a época em que se usava o cavalo, o tempo em que os parâmetros de seleção visavam a comodidade, o equilíbrio, a resistência, na busca de um animal capaz de percorrer longas distâncias, quer nas viagens, nas caçadas ao veado campeiro, na lida diária com o gado, sem  perder a elegância, o garbo.

Nas origens da Raça a marcha característica dos indivíduos da época despertava a atenção de todos que usavam o cavalo ( e não eram poucos). Sabe-se que não existiam animais de grande beleza estética. Eram comuns os cavalos de cabeça grosseira, frente pesada, sem refinamento. Primavam, no entanto, pelo andamento cômodo, equilibrado e avante, pela energia de movimentos e por sua resistência. Estas características marcaram os Marchadores na fase primeira de formação da Raça. 

Com a necessidade de refrescar o sangue de sua tropa e mesmo comercializar seus produtos, os criadores da época passaram a freqüentar as exposições, que além de permitir uma troca de material genético, contribuíam na identificação dos indivíduos superiores, que deveriam ser usados na reprodução. Como reconhecimento pelo trabalho de seleção bem conduzido, os proprietários de tais indivíduos tinham seus animais premiados. Foi o início de uma nova era, em que outros interesses passaram a atrair criadores novos, voltados para um cavalo mais bonito, comercial. A substituição do cavalo por veículos motorizados de certo contribuiu para que fosse deturpada a visão do que seria um bom cavalo de sela. Foi então que se difundiu a idéia de “qualidade” com base na beleza estética, valorizando-se cavalos de cabeça leve, de orelhas com pontas convergentes. Teria sido uma fase muito positiva, se outros valores não fossem ignorados. A verdade é que a beleza estética não foi apenas somada à outras características, mas sim confundida com “parâmetro zootécnico” em substituição a tantos outros valores certamente mais importantes. Deixou-se de lado a busca de animais com boa estrutura corpórea, tanto óssea quanto muscular, a valorização de bons aprumos, e sobretudo foram esquecidas as virtudes funcionais do Marchador. A falta de uma conformação ideal, de membros posteriores fortes, capazes de propelir  os animais com equilíbrio,  energia e regularidade, permitiu o aparecimento de cavalos de marcha curta e desequilibrada, sem impulsão, animais cujos posteriores se arrastavam, e cuja vida útil se reduziu visivelmente. Constatava-se o fato pelo uso de animais (ainda que poucos ) em competições hípicas,  que ao contrário de premiações, o que obtinham eram lesões em seus membros, sinais de fragilidade estrutural. Este período contribuiu de forma decisiva para a desvalorização e o preconceito contra o Marchador como cavalo de esporte. 

Preocupados com a situação que se mostrava real quanto aos rumos tomados pela Raça, alguns criadores trataram de rever seus programas de cruzamentos, priorizando a estrutura como meta. Sem sombra de dúvidas algumas características zootécnicas importantes foram acrescidas ao Mangalarga Marchador, permitindo assim que fossem produzidos cavalos mais enquadrados no padrão de cavalos de sela. Faltava no entanto uma melhor definição dos conceitos zootécnicos, na época mal compreendidos por alguns criadores. A estrutura corpórea, óssea, tendínea e muscular, a qualidade de membros e aprumos foram então confundidos por “volume” corpóreo. Não se pode negar que esta nova fase contribuiu em muito para que se melhorasse o tronco dos animais da época, que passaram a se apresentar muito mais profundos e arqueados, melhor cobertos de musculatura, muito diferentes portanto dos animais criados na fase anterior, débeis em seu tronco e membros. A confusão que se formou permitiu, no entanto, a multiplicação de animais cuja estrutura de membros não condizia com o peso e o volume corpóreos dos indivíduos. A situação se complicou quando, acreditando que seria este volume o parâmetro de qualidade estrutural, alguns criadores trataram de superalimentar seus produtos, apresentados em pistas como verdadeiros “suínos tipo banha”. Como se não bastasse, veio a descoberta maligna dos anabolizantes, e seu uso indiscriminado produziu animais totalmente ilusórios, bolos de carne sobre membros  incapazes sequer de sustentá-los em pé. Mas o pior estava por vir: caindo em desuso, os cavalos eram criados muito mais por sua conformação que para qualquer função como animal de sela. Os criadores não montavam, os animais não eram testados em sua aptidão maior. O outro lado da marcha se fez presente. Cavalos absolutamente diagonais, alguns mesmo quase ao trote, premiados em grandes exposições por sua condição “atlética”, se é que assim poderíamos defini-los. Atletas da obesidade, confinados em baias, sem nem poderem ser montados. Nos grandes haras era comum se reunir ao redor de um garanhão, apresentado imóvel ao cabresto, e tecer-se inúmeros elogios à sua conformação, sua estrutura. Suas aptidões como cavalo de sela, como marchador de fato, eram meros detalhes. Há de se comentar o temperamento linfático,  por muitos apresentado, e para o qual não se dava também importância.



Alguns criadores tiveram suas origens nas raízes da raça, e seus ancestrais lhes passaram a sensibilidade e o gosto por bons marchadores de sela. Estes, quando falam de marcha, se referem à marcha pura, original, verdadeira. Outros se iniciaram na criação à época dos animais comerciais, bonitinhos, cuja marcha, no entanto, não correspondia nem mesmo à sua beleza estética. E muitos se prenderam àquela marcha, sem saber do passado. Outro grupo, ainda mais jovem no que diz respeito à criação, “nasceu”  na geração “rocambole”, e aprendeu a valorizar um animal volumoso, grande e gordo, sem sustentação, e o que é pior, sem andamento. E alguns também se agarraram a este cavalo, como sendo o de boa marcha. Mas ter as origens do criatório nestas diferentes fases não é o problema. Complicado é não se ter referências do que de fato é bom, original, verdadeiro, e se prender ao que era tido como bom, sem que se abra os horizontes do conhecimento. O problema está no fato de não se conhecer aquilo que realmente foi preconizado por criadores que, nas origens da Raça, sabiam as reais virtudes de um cavalo, pela própria necessidade do seu uso. 

O momento que hoje vivemos nos permite experimentar realidades que remontam ao passado inicial da Raça. O cavalo voltou a ser usado, a ser montado. Hoje os criadores buscam um cavalo marchador de fato, como era na sua origem. O ganho acrescido à raça nos oferece animais de um belo zootécnico superior, aliado à uma beleza estética que a todos agrada. E pode-se ver tudo isso nos verdadeiros marchadores, cômodos, equilibrados, enérgicos, ágeis, resistentes. Provas e mais provas são hoje disputadas com o Marchador, e os resultados são os melhores. Ganhando enduros em disputas acirradas com outras raças, provas de hipismo rural e mesmo o clássico, lá está o Marchador se fazendo vitorioso. A valorização dos técnicos em suas funções próprias e específicas, quer no serviço de registro ou nas pistas de julgamento, permitiu uma redução drástica na margem de erro dos cruzamentos, através de uma orientação pautada em conceitos realmente técnicos. Reduziu também o tempo gasto pelos criadores para atingir metas, ainda que intermediárias, no árduo ofício a que se propõem. 

Quanto à marcha, aquela antiga, verdadeira, original, deve-se sua preservação a alguns poucos criadores, que não sucumbindo a modismos, souberam priorizá-la, perpetuando-a em seus criatórios pela seleção funcional. E para aqueles que se limitaram a ter como referência apenas o que era erroneamente valorizado, quando do início de seu envolvimento com a Raça, o que se vê hoje é a réplica melhorada daqueles animais da origem, que marchavam verdadeiramente, cômodos, equilibrados, enérgicos, ágeis, belos. . .

Cuidado com os potros

Os partos das éguas ocorrem preferencialmente nas madrugadas, o que dificulta o acompanhamento técnico e "facilita" a proteção do neonato (nome que se dá aos potros em suas primeiras horas de vida), evitando assim qualquer perturbação. O início do parto geralmente é marcado por uma queda de temperatura corpórea da égua. O parto pode ser dividido em 3 fases: a primeira é de inquietação com dores abdominais, a segunda é a ruptura da bolsa, e a terceira fase é a liberação dos envoltórios fetais (placenta), que leva de 30 minutos até 3 horas após o inicio do parto.
Os principais cuidados que se deve tomar com os recém-nascidos: 
Sistema respiratório: Durante as primeiras horas de vida do neonato alguns fatores estimulam a respiração como: estímulos da mãe (lamber), frio, luz, diminuição da pressão de O2, liberação de CO2, etc. A frequência respiratória de um recém-nascido é de 50-60 movimentos/minuto, se ocorrer alterações é necessário verificar se há uma camada mucosa revestindo a cavidade nasal e/ou oral, se houver esta deve ser removida com um pano seco e limpo. No caso de haver dificuldade respiratória por conteúdo líquido é necessário massagear as narinas friccionando da cabeça até o foucinho. A respiração também pode ser estimulada elevando o posterior do animal,friccionando o dorso com pano limpo ou palha, batidas com a mão na região torácica ou jatos de água fria. Nos casos de não se restabelecer o padrão respiratório em 2-3 minutos, deve-se utilizar oxigenoterapia para evitar morte ou danos cerebrais. 

Sistema cardio-circulatório: Se ocorrer algum problema com falta de oxigenação nos recém-nascidos acarretará, o retorno do sistema circulatório fetal, o que se torna fatal após o nascimento. É muito importante que seja realizado um exame das membranas mucosas, estas devem se apresentar róseas e úmidas. No momento do nascimento, a freqüência cardíaca é de 60/ 80 batimentos/minuto, após 1/12 horas ela passa a ser de 120/140 batimentos/minuto, e após 12 horas passa a ser de 30/40 batimentos/minuto. 

Temperatura: A temperatura retal do potro deve estar em torno de 37,5-38,5 graus, um desvio acima ou abaixo é preocupante. 

Cordão umbilical: Após o término do parto a égua deverá permanecer deitada, este processo serve para diminuir a circulação sanguínea do cordão umbilical, pois no momento em que a égua se levantar o cordão irá se romper. Após o rompimento do cordão umbilical, este deve ser embebido com uma solução de iodo 2%, para evitar a entrada de infecções, o curativo deve ser repetido diariamente até que a ponta do cordão caia ou se feche. 
Excreção do mecônio: Mecônio são as "fezes" produzidas e acumuladas no intestino durante a vida intra-uterina, a partir da segunda metade da gestação. A coloração vai de marrom amarelada a marrom escura. A liberação do mecônio deve ocorrer entre 4-5 horas após o parto. Se isso não ocorrer deve-se interferir, pois do contrário o potro apresentará cólicas abdominais. Os sinais clínicos de retenção de mecônio são notados entre 6-12 horas após o parto, e incluem a redução da freqüência de mamadas, dor ao defecar, cauda erguida, decúbito dorsal e inquietação.
Amamentação: O leite da égua é o alimento essencial aos recém-nascidos, tanto em quantidade, quanto em composição. O reflexo de sucção do filhote começa a partir da manutenção do potro em pé, o que demora em torno de uma hora. O colostro (primeiro leite) é o primeiro alimento do neonato tanto do ponto de vista nutricional quanto imunológico. A dose recomendada é de 1 a 2 litros divididos em mamadas de hora em hora com a quantidade de 150 ml. A ingestão do colostro deve ocorrer até 12 horas após o nascimento. No caso de animais prematuros, órfãos ou rejeitados pela égua o recém-nascido deve receber anticorpos do colostro de outro animal. O ideal é que na propriedade se mantenha um banco de colostro para eventuais problemas. O volume de colostro retirado da égua para formar o banco de colostro pode variar de 150-200 ml.
A quantidade de leite "artificial" deve ser aproximadamente 10% do peso vivo do animal, devendo ser oferecido a cada 2 horas em mamadeiras ou baldes.

O que não deve faltar em sua selaria

Pensando em relacionar os dez itens que não poderiam faltar na selaria de um cavaleiro, o bom senso convidou-me a considerar a existência de várias modalidades desse ESPORTE-IÊNCIA-ARTE, chamado por nós de EQUITAÇÃO, e certamente as variações e particularidades que cada uma delas exigirá para sua prática. Todavia, haverá, em qualquer que seja o caso, aquilo que poderíamos chamar de "pré-requisitos" ou de "necessidades básicas" comuns a todos os casos. Foi adotando esse critério de raciocínio que fiz a relação seguinte, acompanhada das respectivas justificativas.

1º ITEM: Utensílios para a higiene do cavalo (escova, raspadeira, pente para crinas e cauda, luva de flanela). Fazer a higiene do cavalo, antes e após montá-lo, é imprescindível por vários motivos, entre eles: fazer a limpeza do pêlo; dar melhor aparência ao animal; promover o relaxamento físico e a estimulação da circulação sanguínea periférica através da massagem com a raspadeira; criar vínculo de relacionamento através das nossas boas intenções transmitidas ao cavalo no ato da escovação.

2º ITEM: Cabrestos. É interessante dispormos de pelo menos dois tipos de cabrestos: o cabresto de manejo e o cabresto de guia. O cabresto de manejo é utilizado para encabrestar, conduzir (cabrestear) e conter o animal enquanto manejado antes de ser montado. O cabresto de guia serve-nos como utensílio para exercícios de aquecimento (10 a 15 min), bastante convenientes, antes de montarmos o cavalo.


Aquecer a musculatura da montaria, com "exercícios de transições" sem o peso do cavaleiro, previne possíveis problemas nas estruturas dos sistemas de sustentação e locomoção do cavalo.



3º ITEM: Selas e mantas. Uma sela de boa qualidade, apropriada à modalidade de equitação que praticamos e, obviamente, as mantas que devem acompanhá-las são indispensáveis para obtermos uma performance de conjunto eficiente, sem prejuízos para ambas as partes. A escolha da sela e das mantas que vamos usar está totalmente vinculada ao tipo de atividade eqüestre que iremos praticar. Até numa mesma modalidade as exigências podem variar conforma sua duração, intensidade e natureza da competição ou trabalho. Portanto, devemos estar atentos a esses detalhes que vão sugerir opções diferentes e compatíveis a cada situação.

4º ITEM: Cabeçadas com embocaduras e rédeas. Esses acessórios fazem parte dos equipamentos de montaria, sendo, portanto, indispensáveis numa selaria. Os modelos e tipos de cada um deles estão relacionados, também, com a modalidade de equitação que praticamos e com os nossos propósitos ao executá-la. É sempre desejável termos pelo menos dois modelos diferentes de cada tipo de embocadura (bridão e freio). As anatomias bucais dos cavalos não são iguais, assim como seus níveis de sensibilidade, daí a necessidade de oferecermos opções para que os indivíduos possam se adaptar melhor aos equipamentos. Bridões e freios têm funcionamento diferenciado e, por isso, são utilizados com intenções distintas. Um mesmo cavalo, muitas vezes requer troca do tipo de embocadura para a realização de exercícios diferentes. Numa equitação mais avançada, usam-se as duas embocaduras, bridão e freio, simultaneamente na boca do cavalo, durante sua prática. Aqui o cavaleiro optará pelos comandos de uma ou outra conforme a performance pretendida.  


5º ITEM: "Ajudas" (pingalins e esporas). Também chamados "ajudas artificiais" do cavaleiro, os pingalins ("ajudas de mãos") e as esporas ("ajudas de pés") são recursos que muito auxiliam na prática de uma boa equitação, apesar de algumas modalidades desprezarem e até discriminarem o uso de um e ou outro. Existem vários tipos e modelos dessas "ajudas", porém o mais importante é aprendermos a entender seu significado e a usá-las corretamente como agentes de estímulos que deverão ser interpretados e correspondidos pela montaria bem condicionada, tomando nossas solicitações mais objetivas, quando necessário. Temos pingalins de montaria e de guia. As esporas sem rosetas exigem menos técnica para serem usadas corretamente.

  6º ITEM: Equipamentos de proteção (botas, perneiras, chaparreiras, coletes de busto, capacete hípico). Com o propósito de zelar pelo seu conforto e segurança, todo cavaleiro deve preocupar-se em utilizar equipamentos de segurança durante a prática da equitação. De acordo com o nível técnico, a experiência e a modalidade praticada, os equipamentos devem ser eleitos segundo nossas necessidades e suas características de eficiência na proteção do cavaleiro. De qualquer forma, o mais indicado é estarmos sempre prevenidos contra acidentes que possam afetar nossa integridade física, em se tratando a equitação de uma atividade de relativo risco.


7º ITEM: Material podológico básico (limpador de cascos, torquês para sacar cravos e ferraduras, grosa, tônico condicionador de cascos). Esse material é de grande importância para que o cavaleiro possa fazer manutenção e reparos nos cascos e ferraduras de suas montarias. A limpeza da sola dos cascos, antes de montarmos, estando o cavalo com ou sem ferraduras, deve ser hábito de todo cavaleiro consciente dos inconvenientes possíveis de serem causados por pedras ou outros objetos rígidos alojados nos cascos. A aplicação de um tônico condicionador de cascos antes de utilizarmos o cavalo contribui de várias formas para a manutenção do bom estado do casco. Um torquês e uma grosa podem ser úteis para a retirada de cravos expostos ou ferraduras que estejam desajustadas e para pequenas correções na muralha córnea dos cascos com o intuito de evitar problemas maiores até a chegada do ferrador.


8º ITEM: Ceras e óleos para a manutenção dos equipamentos de montaria.
A revisão do estado de conservação das selas e outros acessórios deve ser feita regularmente, com periodicidade estabelecida pela freqüência de uso dos mesmos. A aplicação das ceras e óleos apropriados deve ser efetuada após a limpeza do equipamento e, durante essa manutenção podemos aproveitar para revisar a condição apresentada por eles. A durabilidade e a eficiência desses equipamentos está intimamente ligada a essa manutenção.


9º ITEM: Materiais de reposição. É conveniente manter peças de reposição à disposição na selaria com o objetivo de evitar contratempos que podem nos causar aborrecimentos e até mesmo estragar nosso fim de semana ou horário de lazer. Vão aí algumas dicas de acessórios de reposição: par de loros, rédeas, cabeçada, cabresto, biqueiras de rédeas, cilhas, barrigueira, látego de ajuste para cilha e barrigueira, vazador para fazer furos em correias, jogos de ferraduras, cravos.

Organização:
Por fim, não poderia faltar esse item de maior importância, justificado com o simples argumento de pouco nos adiantar termos toda a relação listada, não estando ela resguardada por cuidados e organização, requisitos indispensáveis não só para zelarmos pelo nosso patrimônio, mas para colocarmos em prática os princípios que nos conduzirão ao preenchimento de atributos que vão contribuir para alcançarmos o cobiçado título de CAVALEIRO.

Rações balanceadas e diferenciadas

Dentre os fatores que contribuem para um bom desempenho dos animais, a nutrição tem um papel fundamental. Diante do avanço tecnológico da eqüinocultura, a conscientização dos criadores quanto às diferenças entre alimentos e nutrientes afasta obrigação de adotar aqueles “programas nutricionais” para fornecer alimentos importados, cereais que não são bem produzidos, e fenos que requerem alta tecnologia de produção. Existem técnicas no nosso sistema de produção que traçam as diversas maneiras para um melhor aproveitamento dos alimentos, tais como:


Produção de volumosos de alta qualidade

Dimensionamento dos piquetes em função das categorias do plantel; formação de pastagens; recuperação de pastagens já implantadas; feneação de gramíneas como coadjuvante do manejo das pastagens; formação e manutenção do alfafal; utilização e manejo de capineiras; controle de invasoras em pastagens; feneação de gramíneas e alfafa para comercialização; formação e utilização de culturas de inverno; dimensionamento e implantação de culturas auxiliares para produção do componente energético das rações.


Utilização de alimentos alternativos

A diferença entre alimento e nutriente não pode ser esquecida pelo criador. Os alimentos são classificados em grupos de acordo com a quantidade de nutrientes que apresentam. Na alimentação dos eqüinos essa classificação se dá da seguinte forma:

VOLUMOSOS:
- Aquosos: (pastos, capineiras e raízes) - Dessecados: fenos (gramíneas, leguminosas) e palhas
CONCENTRADOS:
- Energéticos: (grãos de cereais, seus subprodutos) - Protéicos (farelos das oleaginosas, subprodutos da indústria animal)

Os alimentos que se enquadram na categoria de volumosos são os que apresentam mais fibra e menos nutrientes digestíveis do que os concentrados.


Fornecimento de quantidades ideais de alimento

O Sistema Brasileiro de Produção de Equinos estabelece segundo o critério do “mínimo necessário” a quantidade de alimento que um cavalo deve receber por dia. O criador deve se preocupar em fornecer ao animal, via alimentos concentrados, só os nutrientes mais importantes, tais como, proteínas, macro e micro minerais e vitaminas, além de uma cota de energia digestível e nunca estabelecer uma quantidade obrigatória e invariável durante todo o ano.


Atendimento correto das exigências nutritivas – rações diferenciadas

Não se deve trabalhar com apenas um tipo de ração para todos os animais de seu plantel de modo a não prejudicar o correto desenvolvimento deles. Durante sua vida, o cavalo passa por diversas fases, e em cada uma necessita de um tipo específico de alimento. A categoria dos potros (até 18 meses) é dentre todas a que requer maiores cuidados nutricionais. Os eqüinos apresentam uma curva de crescimento muito acentuada no período de um ano, bastando lembrar que o potro alcança, nessa idade, 88% de sua altura final.

A qualidade ou o valor nutritivo dos nutrientes e sua concentração nas rações devem se adequar às necessidades específicas das diversas categorias do rebanho, razão pela qual o criador deve ter, pelo menos, três tipos de ração: uma para potros, uma para éguas em produção e outras para as demais categorias.

Como erradicar a braquiária nas pastagens para equinos


A braquiária é apenas uma das inúmeras pragas que atacam o pasto nos haras. Considerando a facilidade desta planta de vegetar razoavelmente bem em solos pouco férteis e ao mesmo tempo causar grandes danos aos solos propícios para pastagem, é necessária a utilização de métodos para controlar a sua propagação.

A presença da braquiária nas pastagens para eqüinos se dá, principalmente, pelo fato de que a maioria destas não se adapta a solos muito férteis, isto é, solos que apresentam fertilidade baixa, como os que proporcionam uma boa plantação de pasto para cavalos.

O criador, atentando para o correto grau de fertilidade do solo para plantação de pastagens (os solos para eqüinos necessitam de média a alta fertilidade para produzir), deve sempre procurar elevar a capacidade produtiva do solo através da adubação, e com isso estabelecer uma competição entre a pastagem a ser implantada e a praga.

Por outro lado, a braquiária é uma planta bastante resistente à erradicação, basicamente em razão da sua forma de propagação vegetativa, a dormência característica, já que não se mostra eficaz a simples destruição da planta da braquiária para erradicar a praga, e a sementeira, que garante a propagação da planta nas condições mais diferenciadas possíveis e durante longo período de tempo.

Diante desses fatores, conclui-se que a destruição da planta só é possível através de dois métodos específicos: o método chinês e o de sombreamento. O primeiro método tem como elemento fundamental a vigília do criador e deve ser aplicado em pequenas áreas ou em locais cuja infestação da braquiária ainda estiver no início. Aconselha-se sempre ao uso da enxada para retirar constantemente as plantas do pasto e à remoção do material retirado para locais distantes do solo para posterior destruição. Mas, existem ainda outras recomendações, como, nunca sementear a braquiária que ainda não foi erradicada, nunca deixar que os animais comam as sementes, manter sempre elevada a fertilidade do solo, entre outras.

Já o método de sombreamento, este é aplicado em áreas maiores ou mais infestadas com a praga. Através dele escolhe-se uma espécie de forrageira de crescimento mais rápido e vigoroso, deforma a investir no cultivo para que esta planta se transforme em um verdadeiro e constante sombreamento da praga. As duas únicas espécies que apresentam as características exigidas por este método são o capim-conilão e o capim-elefante (napier, camerum e mineiro).

Quando nos referimos às vantagens e desvantagens apresentadas por esses dois métodos, é de se destacar que o segundo é o mais vantajoso para o criador. Além de ser sensivelmente mais barato, esse método proporciona o enriquecimento do haras em termos de pastagens, rendo em vista que uma outra forrageira surge como alternativa para a alimentação dos animais.

Como implantar pastagens para cavalos

A escolha da área em que se deve implantar a pastagem constitui fator de extrema importância para a criação de eqüinos. Topografia suave, drenagem adequada, ausência de obstáculos como pedras e a fertilidade do solo são aspectos que merecem ser observados pelo criador na fase de cultivo do pasto.
 É incontestável a dificuldade de se encontrar uma área que apresente todas as características necessárias para uma adequada implantação da pastagem na criação de cavalos, sobretudo quando se fala de fertilidade do solo.

O bom preparo do solo inclui aração e gradagem em quantidade suficiente para irrigar a terra, além das práticas conservacionistas, tais como cordões de contorno, plantio em nível, terraceamento,  sempre de acordo com a declividade do terreno e a estrutura do solo.

 A relação entre o tamanho das sementes e a semeadura também merece ser observada pelo criador. Quanto menores as sementes, mais rasa deverá ser a semeadura. Isso se explica pelo fato de que quanto mais diminuída a semente, menor a quantidade das reservas de substâncias responsáveis pela germinação inicial. A profundidade da semeadura é, sem dúvidas, o elemento responsável pela maioria dos insucessos em programas de estabelecimento de pastagens. Aconselha-se, ainda, a, antes de realizada a semeadura, proceder-se a compactação inicial do solo, visando a dar firmeza à cama de sementes. Depois de realizada a semeadura, importante efetuar novamente o mesmo procedimento.

Quanto ao plantio, o índice de aproveitamento elevado origina-se, geralmente, da maior utilização de raízes, ao invés de rizomas (caules). A densidade do plantio acarreta um maior pegamento da pastagem, assim como uma maior rapidez na sua formação.

 O nível de acidez do solo deve ser combatido. É necessária uma análise prévia do solo em laboratório idôneo, para se identificar quais os corretivos e nutrientes aplicáveis na resolução do problema, propiciando uma adequada produtividade às pastagens. Determinando-se a quantidade necessária de corretivos, o próximo passo é seguir as fases de aplicação:

1° - 50% de dosagem recomendada sobre o solo intocado;

2° - aração de incorporação do material;

3° - sobre a terra arada, colocar os 50% da dosagem restante;

4° - gradagem necessárias ao preparo normal do solo.

 Atendendo-se a essas etapas, a distribuição do solo dar-se-á de forma bastante homogênea. Quanto aos demais nutrientes, a análise laboratorial demonstrará o grau de fertilidade do solo, fornecendo, assim, subsídios para o cálculo das quantidades a serem fornecidas.

Como alimentar melhor o cavalo


É importante o criador saber a quantidade de alimento adequada para ministrar a cada animal. As diferenças são determinadas de acordo com a idade e o peso do cavalo, mas, sobretudo deve-se atentar para a categoria em que cada animais se enquadra.

Por exemplo, a categoria dos potros de três meses de vida, cujo peso é de cerca de 155 quilos, a quantidade de alimentos que esses animais devem receber por dia é de mais ou menos quatro quilos e meio. Para os potros com seis meses e peso de 230 quilos os alimentos devem ser dados numa quantidade de 5 quilos. Quando os potros atingem idade entre 12 meses e 24 meses a quantidade de alimentos varia entre seis quilos e seis quilos e meio.

Quando se tratam de éguas, os alimentos devem ser ministrados de acordo com o estágio em que o animal se encontra durante o período de gestação, e da mesma forma, durante a fase de amamentação. No terço final da gestação os alimento devem ser dados numa quantidade de cerca de sete quilos e meio; no pico da lactação, onze quilos, e no final, nove quilos e meio. No período de mantença a quantidade deve ser de sete quilos e meio.

Também é importante observar que tipo de função o animal exerce na propriedade. Quando o cavalo é utilizado para a realização de trabalhos que necessitam de muito esforço físico, diariamente, os alimentos devem ser dados numa quantidade de onze quilos.

O Adestramento do cavalo

Conceitos básicos

Entendemos como adestramento do cavalo, todo e qualquer treinamento empreendido a partir do momento em que o mesmo permita satisfatoriamente a nossa presença sobre o seu dorso. A partir de então, estaremos dando início a um processo contínuo de aprendizado em que ações e experiências serão constantemente compartilhadas entre o animal e seu cavaleiro.

Para que tal empreitada possa ter perspectivas de sucesso, o treinador (peão) deverá ser possuidor de uma ampla bagagem de conhecimentos teóricos e práticos que lhe propiciem os recursos técnicos necessários para a correta execução do trabalho proposto. Desta forma, este artigo tem por objetivo procurar esclarecer alguns conceitos teóricos que julgamos serem básicos e fundamentais para a capacitação do cavaleiro na formação de um cavalo de sela bem adestrado e verdadeiramente funcional.
01 - EMBOCADURAS

Entendemos por embocadura, todo instrumento introduzido na boca do cavalo com o objetivo de propiciar ao cavaleiro a sua condução. Esta ação ocorre sob os comandos de mãos emitidos através das rédeas. Estes, nunca deverão ser os únicos empregados para tal fim, mas sempre utilizados em concordância com as ajudas de perna, corpo e voz.
Basicamente, temos dois tipos clássicos de embocaduras, o bridão e o freio, com suas respectivas peculiaridades. Estas estão diretamente relacionadas a modelos, pontos de articulações, materiais, espessuras e tipos de bocado, tamanho das alavancas (freio), entre outras, que definiram a especificidade de sua ação e conseqüente recomendação.


Bridão: caracteriza-se por ter as rédeas e a cabeçada atadas em uma mesma argola, que deverá estar situada na mesma altura do bocado (parte do equipamento que trabalha dentro da boca do animal). Desta forma, a sua ação se faz direta, sem o efeito multiplicador de forças que encontramos através da ação das câimbras (alavancas) existentes no freio. Atua nas comissuras labiais, devendo ser ajustados a elas e sua ação se caracteriza pelo levantamento da cabeça e pescoço do cavalo.



Freio: apresenta argolas diferenciadas para a cabeçada e rédeas, além de ter o seu bocado situado numa posição acima do ponto de fixação das rédeas. Estas características fazem com que as câimbras existentes neste tipo de embocadura, atuem como alavancas, criando desta forma um efeito multiplicador de forças. Não podemos esquecer de mencionar a presença da barbela como acessório indispensável neste tipo de equipamento. Atua nas barras, região da mandíbula desprovida de dentes e possui ação abaixadora da cabeça, além de induzir o flexionamento da nuca.


02 – EFEITO DE RÉDEAS

Para o adestramento básico do cavalo marchador, serão três os efeitos de rédeas a serem utilizados com mais freqüência, a saber:


Rédea Direta de Abertura: Empunhando cada rédea com uma mão, este efeito deverá ser o primeiro empregado no trabalho de adestramento, pois facilitará o entendimento por parte do cavalo com relação às nossas intenções. É chamada de direta, porque a rédea que atua (ativa), está do mesmo lado para o qual se deseja o movimento do cavalo. De abertura, porque se age, “abrindo” a rédea ativa em relação ao eixo longitudinal do animal. A outra rédea (reguladora), como o próprio nome já indica, será a responsável pelo “controle” da intensidade do movimento. Com base nestas ações, o cavaleiro terá recursos para indicar à sua montaria, a direção desejada.

Rédea Contrária: Atuando sobre a tábua do pescoço, possui este nome porque impele para o lado contrário o pescoço e espádua do animal, chamada, portanto de mestra da espádua. A rédea contrária direita atuará sobre o lado direito do pescoço, volvendo o animal para a esquerda, enquanto a rédea contrária esquerda terá atuação oposta a citada anteriormente. Para condicionarmos o cavalo a atender a este comando, devemos passar a abrir cada vez menos a rédea de abertura ativa e aproximar a rédea reguladora à tábua do pescoço do animal, substituindo gradativamente o efeito desta pelo da rédea contraria. A partir do momento em que o cavalo atender satisfatoriamente ao novo comando, passamos a empunhar as duas rédeas numa só mão, usualmente a mão esquerda.

Rédea Direta de Oposição: Sua nomenclatura se relaciona ao fato de se opor ao movimento “para frente” do cavalo. Atuando paralelamente ao eixo longitudinal, o cavaleiro traciona a rédea ativa, que bloqueia a espádua do mesmo lado, bloqueando conseqüentemente a garupa. A mão da rédea ativa age mais alta que a reguladora. Este efeito faz com que a garupa se desvie para o lado oposto ao da ação da rédea, chamada por isto de mestra da garupa. É normalmente utilizado para encostar o animal em porteiras, corrigir um desvio no recuo e também para auxiliar nos exercícios de engajamento dos posteriores.
03 – CONTATO E APOIO

O desenvolvimento de uma correta relação entre contato e apoio exige uma ação mútua entre cavaleiro e cavalo, sendo indispensável ao conjunto para que este consiga atingir uma performance satisfatória no decorrer dos trabalhos de adestramento.

O contato pode ser definido como sendo a comunicação exercida entre as mãos do cavaleiro e a boca do cavalo, promovida pelo cavaleiro através do correto ajuste das rédeas.

A importância do contato se deve a necessidade de passarmos os comandos à boca do animal através do correto ajuste das rédeas e para que, a partir deste, o mesmo possa ter “segurança” e “confiança” para apoiar-se adequadamente na embocadura.

O apoio é a pressão exercida pelo cavalo em resposta à ação das rédeas devidamente ajustadas pelo cavaleiro. A necessidade do apoio vem do fato de o cavalo ser um animal debruçado em seus membros anteriores e a presença da sela e do cavaleiro sobre o seu dorso reforçarem ainda mais esta sobrecarga natural. Apoiando-se na embocadura, o cavalo adquire um “ponto de equilíbrio” que lhe permite deslocar com maior naturalidade, confiança e desenvoltura, podendo assim atingir uma melhor qualidade no aprimoramento de suas andaduras naturais (passo, marcha e galope).

Desta forma, chegamos a conclusão de que o apoio deverá ser franco, porém suave, não trazendo desconforto ao cavalo e nem ao seu cavaleiro. Portanto, podemos afirmar que é tarefa do cavaleiro regular a pressão do apoio a partir do contato exercido pela ação de suas mãos sobre as rédeas.
04 – DESCONTRAÇÃO DO MAXILAR

A descontração do maxilar do cavalo é essencial no trabalho de adestramento para que ele possa assumir uma atitude correta, sem apoiar-se de forma pesada na embocadura. Para condicionarmos nossa montaria a tal descontração, passamos a “dedilhar” as rédeas com os dedos, promovendo uma massagem nas comissuras labiais e nas barras. Esta ação ocorre alternando-se os momentos de atuar e ceder das mãos, alternado-se também o lado da ação. É importante que as mãos do cavaleiro atuem em sincronia com o ritmo do movimento do cavalo. A resposta apresentada a esta ação será a descontração do maxilar do cavalo, manifestada através do ato de mascar a embocadura, o que ocasionará intensa salivação com conseqüente relaxamento da mandíbula e alívio do apoio.
05 - ATITUDE

Já sabemos que a presença da sela e do cavaleiro sobre o dorso do animal reforça a sobrecarga natural que o mesmo apresenta em seus membros anteriores. No adestramento, buscamos através da obtenção da atitude, devolver ao cavalo o seu “equilíbrio natural”, permitindo ao conjunto a execução das figuras com desenvoltura, elegância e naturalidade. A obtenção da atitude se manifesta através do posicionamento específico de algumas regiões zootécnicas do cavalo, promovendo algumas mudanças de postura em seu corpo, a saber:

Elevação da Base do Pescoço: Ocorre através do aumento da impulsão, com a projeção do cavalo para frente e a conseqüente resistência das mãos nas rédeas. Desta forma, obtemos uma maior sustentação do pescoço, que se eleva e se arredonda (encurva).

Flexionamento da Nuca: Também ocorre em função do aumento da impulsão e resistência das mãos. Através de uma correta descontração do maxilar, o cavaleiro tem recursos para mobilizar a cabeça do cavalo, ajustando-a para trás com conseqüente recuo em seu ponto de equilíbrio.

Engajamento dos Posteriores: Quando o cavalo flexiona a nuca ocorre o estiramento do “ligamento nucal”, o que promove um arqueamento dorsal da coluna, tornando-a mais flexível tanto longitudinalmente, quando lateralmente. Este arqueamento resulta no abaixamento das ancas e conseqüentemente no maior engajamento dos membros posteriores, trazendo para ele parte da sobrecarga do antemão.

A atitude a ser assumida pelo cavalo irá variar em função do grau de reunião necessário para a realização das figuras a serem executadas. O importante é termos consciência de que a atitude, principalmente a mais reunida, requer um grande esforço muscular e, portanto, a sua permanência por períodos prolongados irá causar um grande desconforto para o animal. Devemos procurar condicionar corretamente a nossa montaria; aquecer devidamente sua musculatura no inicio do trabalho; evitar a atitude por períodos prolongados e promover no início, no final e em intervalos ao longo das sessões de treinamento, o exercício de extensão do pescoço.
06 – EXTENSÃO DO PESCOÇO

Utilizamos este exercício para promover um relaxamento dos músculos requisitados na obtenção da atitude, responsáveis pela elevação da base do pescoço e da postura flexionada da nuca. Sua indicação se dá em diversas fases do trabalho montado: no início da sessão, para promover o aquecimento; durante a sessão, em intervalos que iram variar em função do grau de reunião dos exercícios e do condicionamento do cavalo; ao final da sessão para promover o alongamento necessário antes de encerrarmos o treinamento e desmontarmos do animal.

Solicitamos a extensão do pescoço do cavalo, através do “dedilhar das rédeas” com conseqüente descontração do maxilar e busca do apoio por parte do animal. Neste momento, o cavaleiro cede as mãos, fazendo com que o cavalo estenda continuamente o seu pescoço na busca de um apoio impossível. A manutenção de um leve contato é indispensável para que o cavalo continue a buscar constantemente este apoio e não interrompa a execução do exercício.

O objetivo desta tarefa não se restringe somente à extensão do pescoço, mas a um completo alongamento da coluna vertebral do cavalo, extremamente sobrecarregado nos trabalhos montado. Este exercício, se utilizado corretamente e de forma rotineira, irá permitir uma manutenção da atitude por períodos cada vez maiores, além de preservar a integridade física do cavalo, prolongando a sua vida útil.
07 – SENSIBILIDADE E BOM SENSO

Como último tópico a ser abordado gostaria de ressaltar a importância de o cavaleiro procurar desenvolver a sua sensibilidade, qualidade tão necessária na execução de uma correta avaliação das “reações” apresentadas pelo cavalo no decorrer dos trabalhos de adestramento. Também é imprescindível que o mesmo utilize o bom senso na hora de programar as sessões de treinamento a serem impostas ao animal. Saber identificar as “qualidades” e respeitar as “limitações” de sua montaria são virtudes que somente serão aprimoradas com base nos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos e na experiência acumulada através do contato diário com este nobre animal, o nosso cavalo marchador.

* O autor é professor de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa, Árbitro de Marcha, Proprietário, Treinador e Instrutor de Equitação do CENTREQUE

A importância da Ferradura

  As patas dos cavalos são muito sensíveis e sofrem um desgaste natural de seus cascos. É apenas através delas que ele sente as condições do solo onde esta  pisando. Para evitar esse desgaste, são colocadas ferraduras nos  animais.
    
Na Antiguidade não havia esse cuidado com os cavalos e o  desgaste  era tão grande que em alguns casos o animal precisava ficar  por um longo período sem cavalgar. Como esses animais já eram  usados  para  o trabalho há séculos, esse tempo que o cavalo precisava ficar  parado representava grande perda para seus proprietários.
    
Já por volta do século X, no Ocidente, essa prática começou a ser  mais freqüente. O uso da ferradura também tinha o objetivo de  correção de desvios que ainda hoje é utilizada como os defeitos na  marcha.
 
Colocar essa proteção pode aumentar a tração das patas e  também  proteger contra rachaduras. Outro benefício é o tratamento  de doenças do casco, que em alguns casos, apenas pode ser utilizada a ferradura para a sua cura. Acredita-se que dependendo do desenho da ferradura pode influenciar na forma como o cavalo se movimenta e galopa.

A importância do sal para os cavalos


Não deixe esta preocupação humana invadir o mundo dos seus cavalos. Cavalos requerem uma quantidade diária e razoável de sal em suas dietas.

A ração de cavalo típica, composta de forragens e grãos, não provê de uma quantidade razoável de sais para o seu animal. Esta necessidade torna-se mais crítica em tempos quentes e úmidos, principalmente em cavalos de esportes, mas serve como alerta até mesmo para cavalos a pasto. Assim, não deixe de dar sal para seu cavalo.

Geralmente, observamos cristais salgados secos, em cima da garupa dos cavalos inativos ou em pasto. Esta perda de sal deve ser reposta.

Cavalos de desempenho- especialmente por alguns componentes do sal atuarem diretamente como moderadores em atividades intensas- têm uma maior carência por esse mineral.

Sal é cloreto de sódio são dois minerais que têm funções específicas. Falta de sódio ou cloreto podem causar problemas para seu cavalo.

Sódio também funciona na contração de músculos, inclusive os músculos do coração.

A falta de sal pode causar perda de apetite e pêlos, cabelos ásperos e opacos, crescimento reduzido e baixa
produção. Em dias quentes e úmidos os cavalos também podem parecer facilmente cansados e não executar funções que normalmente desempenhariam, ocasionados pela deficiência salina.

Com temperaturas elevadas, umidade e intensidade de exercícios, os cavalos suam mais portanto, perdem mais sais minerais. O sal também é eliminado na urina e pelas fezes.

A exigência de sal por animal é de aproximadamente 57 g por dia. Em condições extremas , os cavalos podem precisar de uma maior quantidade.

Normalmente o sal é somado à ração de grão na quantidade de 0,5 a 1% do total. 1% deveria ser usado para cavalos de esportes principalmente no verão. Para cavalos de
lazer
que não são freqüentemente usados, 0,5% seria o bastante.

Também, use sal mineral junto com o sal branco. Minerais em pequenas quantidades são essenciais. Coloque a mistura de sal mineral e sal comum em um lugar seco fora da chuva.

Faça os cavalos terem uma provisão de água limpa e fresca. O consumo de sal aumenta o de água.

Não dê sal em excesso. Não há nenhuma necessidade de acrescentar mais do que 1% de sal do total da ração de grão. Sal “ad-libitun” (para consumo voluntário) também é recomendado.

Pode existir uma dominância entre os
animais
, fazendo com que os cavalos mais dóceis não consumam o sal, por serem afastados do cocho por cavalos mais agressivos. Assim, é recomendado se fazer dois cochos de sal em locais separados (com uma certa distância) se houver vários cavalos em um pasto.

Ocasionalmente, um cavalo com deficiência de sal lamberá bastante sal durante alguns dias, então, deve-se diminuir o consumo à níveis adequados. Cavalos que consomem muito sal, bebem mais água e consequentemente urinam bem mais. Caso haja algum tipo de preocupação, limite a ingestão para aproximadamente 50 gramas de sal diariamente. Se existir algum problema, contate seu veterinário.