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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Provérbios do cavalo

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Jumento Pêga

O jumento Pêga é uma raça de asininos brasileira, formada no Município de Lagoa Dourada, Estado de Minas Gerais e criada em todo o Brasil e no Paraguai. É o jumento preferido no cruzamento com éguas de diversas raças para a produção de híbrido (burros e mulas) com indiscutível capacidade para trabalhos diversos. O jumento Pêga transmite aos muares características singulares que o torna notável tais como: vivacidade, docilidade, brio, resistência, rusticidade, longevidade e principalmente o andamento marchado de tríplice apoio, cômodo e macio. Os Muares (burros e mulas) são animais refinados e muito utilizado para sela e lazer, na lida diária com gado, passeios, cavalgadas, concursos de marcha, enduro, etc., e também por pequenos e médios produtores rurais para transporte de carga e tração, ou seja, carroça, cangalha, arado, plantadeira, capinadeira, etc.


Características Gerais:
Cabeça leve com perfil sub-convexo a retilíneo, ganacha seca, orelhas longas, firmes e paralelas, boca bem rasgada;

Altura média de cernelha de 1,30m;

Aprumos perfeitos com ossatura fina, ligamentos fortes;

Pelagem padrão: pelo de rato, ruã e ruça.


Aparência Geral

  1- Pelagem
Pelagem da raça (pelo de rato,ruã, sempre com "faixa crucial" e "listra de burro"). Admite-se sinalização somente na região do perfil de fronte.

 2- Altura
Para machos:mínima de 1,25m
Para fêmeas:mínima de 1,20m

 3- Forma
Porte médio, tronco relativamente longo e profundo, tórax amplo,membros bem aprumados e proporcionais.

 4- Constituição
Forte e de condições sadias.

  5- Qualidade
Ossaduras forte e boas articulações, pele fina, coberta por pelos finos.

  6-Temperamento
Demonstrando vivacidade com expressão ativa.


Cabeça e Tronco

 1- Cabeça
Seca, proporcional, despontada para o focinho, de forma trapezoidal.

  2- Perfil
De suavemente convexilíneo para retilíneo.

  3- Olhos
Vivos e expressivos.

  4- Orelhas
Grandes, firmes, bem dirigidas e implantadas, paralelas, de largura média, textura fina, lanceoladas ou atezouradas.

 5- Boca
Bem rasgadas, lábios moveis e firmes.

 6- Narinas
Largas e flexíveis.

  7- Pescoço
Proporcional e musculoso, sem ser empastado, bem inserido a cabeça e ao tronco.

 

Tronco

 1- Cernelha
Definida e comprida, de largura proporcional e musculosa, de preferência em nível com a garupa.

 2- Peito
Profundo, amplo e não saliente.

  3- Dorso e Lombo
Aquele médio e este curto, retos, revestidos de boa musculatura.

  4- Costelas
Fortes, separados e bem arqueados.

  5- Ancas
Simétricas e musculosas.

  6- Garupa
Comprida, larga, bem inserida ao lombo e ligeiramente inclinada.

  7- Cauda
Curta, bem inserida, limpa, pelos reduzidos, inserção média.

  8- Órgãos Genitais
Testículos descidos, volumosos, iguais e móveis no in terior da bolsa.



Membros

  1- Espáduas
Médias, musculosas e obliquas.

  2- Braços
Fortes, secos e articulados.

  3- Antebraços
Retos, longos e musculosos.

  4 - Joelhos
Grandes e na mesma direção do ante-braço.

  5- Coxas e Pernas
Cheias e musculosas.

  6- Jarretes
Secos, bem articulados, firmes e paralelos.

  7- Canelas
Curtas, finas e isenta de taras.

  8- Boletos
Largos e bem articulados.

  9- Quartelas
Médias, obliquas e bem articuladas.

  10- Membros no conjunto
Isento de taras e bem aprumados na estática e na dinâmica.

  11- Cascos
Resistentes, de preferência escuros, muralha lisa, talões altos nos membros posteriores.

   

Andamento
Marcha em toda a sua modalidade.



Desclassificação

1- De Pelagem
Albino, despigmentação nas orelhas, bem como calçamentos, filetes cordões e listras. Ausência de listra de burro e faixa crucial.

2- De Olhos
Albinóide, deficiências congênitas hereditárias de visão.

 3- De Temperamento
Vícios considerados graves e transmissíveis. 

 4- De Conformação

a) Cabeça - Curta, de perfil concavilineo ou excessivamente convexilíneo.

b) Orelhas - Mal inseridas e dirigidas (cabanas).

c) Lábios - Relaxamento das comissuras (belfo).

d) Pescoço - De Cervo ou cangado.

e) Linha Dorso Lombar - Cifose (de carpa), lordose (selado) e escoliose (desvio de coluna).

f) Membros - Taras e defeitos graves de aprumos.

g) Cascos - Totalmente brancos.

h) Aparelho Genital - Defeitos congênitos, hereditários e aparentes.

i) Animais com a altura da garupa superior a 5cm à da cernelha.

j) Prognatismo, quando ultrapassar a face triturante da arcada dentária.


 5- Doença congênitas, hereditárias e transmissíveis.

 6- Trote.

Doma

Domar é como subir uma escada com 10 degraus. Começamos do degrau zero ( chucro)  e temos que levá-lo até  o 10 (domado ). Este é o caminho ,  percorrer cada degrau . Dá trabalho , exige paciência  conhecimento e  dedicação pois cavalos são animais que aprendem por repetição, leva tempo  . Tem gente que  pula alguns degraus por desconhecimento outros pela falta de dedicação . Ouvi essas duas frases de um profissional mundialmente reconhecido no mundo equestre que  mudou por inteiro a minha forma de pensar e agir com relação a domar e treinar cavalos . Gostaria de compartilhar com vocês , talvez  ajude em alguma coisa .

1° –  Quando perguntado quantas vezes precisamos repetir um comando ,  um movimento um  exercício ou uma manobra para ensinar de verdade um cavalo , Ele respondeu : ” É necessário repetir 5 mil vezes . Quando você achar que ele está bom , repita mais 5 mil .

2° -  Perguntamos se era necessário tudo isso , não tem outro jeito mais fácil , Ele respondeu : ” Tem sim , tudo depende de onde você quer chegar como profissional no cavalo, Deus criou o Caminho e o capeta inventou o Atalho , você quem escolhe por onde quer ir .”

Este capítulo vai ajudá-lo a entender passo a passo os degraus a serem percorridos  . Chamei de METODOLOGIA DE TRABALHO  que tenho aplicado para domar equinos destinados para modalidades western e muares . Esta forma ordenada de trabalhar tem me ajudado muito , espero que possa ajudá-lo também .

Uma coisa tem que ser esclarecida : Doma e treinamento são duas coisas completamente diferentes . Domar é primeiro ganhar a confiança , construir um relacionamento positivo com o animal , ensinar comandos básicos como virar , galopar , recuar , parar etc.., quebrar ,  desbloquear as partes e ensinar o básico das principais manobras .

Este capítulo trata apenas da metodologia  de doma . Depois vem o treinamento que será específico para cada modalidade , desde que o animal tenha aptidão para ela  . Lembro apenas que é  dever do domador e depois do treinador ser honesto e franco com os proprietários de cavalos , com relação ao desempenho e aptidão dos seus animais .

Comparo a doma de um cavalo com a construção civil,  os construtores vão fazer obras , os domadores  e treinadores cavalos . Para se erguer uma construção se começa  fazendo um projeto após a escolha do local , levantamento dos materiais ,  orçamento ,  terraplanagem , fundação , alicerces , paredes ,  cobertura , acabamento etc.. ,  existe uma ordem lógica para se fazer as coisas . Não é possível iniciar uma obra pelas paredes sem um alicerce , ou colocar telhado antes das paredes ou sua sustentação estarem prontas ou mesmo colocar cerâmica sem que o contra piso esteja pronto e assim por diante . Não importa se esteja construindo uma casa de residência ,  uma igreja , um salão de festas ou um prédio de apartamentos . O que muda é o tipo de fundação , resistência do alicerce , colunas , as divisões internas e o acabamento . Ainda não inventaram uma máquina que assente tijolos , reboque paredes , nivele , faça acabamentos perfeitos etc…

  Com cavalos também é assim , não que seja uma receita de bolo pois  lidamos com seres vivos que tem personalidade própria , dificuldades e habilidades , mas existe uma ordem lógica de trabalho que deve ser seguida , independente da raça e finalidade a que se destina o cavalo , laço , rédeas , apartação ,tambor, laser etc….e tudo é feito pela mão humana , não existe ainda máquina para isso ,  entenda para se construir uma casa é preciso colocar tijolo sobre tijolo de maneira ordenada dia após dia e para se fazer cavalos é a mesma coisa .

Muitos cavalos tem baixo desempenho esportivo porque queremos colocar o telhado sobre  paredes sem alicerce . Com o peso  trincos e rachaduras aparecem logo e remendá-los não resolve o problema , é necessário desmanchar a perede para primeiro fazer a base , só depois subi- lá e dar acabamento . O que realmente muda no processo  é a capacidade individual ,  o nível de conhecimento e a dedicação de cada domador ou treinador .

 Antes de prosseguir quero fazer – lhe uma pergunta . Pegue papel e caneta , pense na resposta e escreva , só depois continue a leitura .

Essa pergunta foi feita a mim quando participava de um curso de rédeas com um treinador ganhador de vários títulos importantes ,   e que enriqueceu e muito a  minha maneira de pensar e entender a doma .

 É realmente importante que escreva pois você vai respondê-la novamente ao final da leitura e comparar as duas respostas . A minha segunda resposta foi bem diferente da primeira , sinal de que o curso foi bom .

A pergunta é :  Na sua opinião o que é um cavalo bem domado ?   Responderei em momento oportuno .

Em  minha METODOLOGIA DE TRABALHO ,  dividi a doma em quatro fases , para um melhor entendimento. Vamos falar agora sobre cada uma delas .

1° Fase – INICIAÇÃO

No meu entender é a fase mais importante pois é o começo de tudo . Se o aprendizado vai de zero( 0 ) a dez (10) , a parte mais importante vai de Zero(0)  a Um (1) .   Quando  iniciamos uma parede 1 cm torta , no final o desvio será grande podendo até cair dependendo do  seu tamanho . Com os equídeos também e’ assim . Nessa fase que acontecem os maiores traumas ,  pela forma desrespeitosa que tratamos nossos animais . Muitos deles carregam esses medos e a falta de confiança no ser humano para o resto de suas vidas .      

 Vamos entender um pouco o cavalo e o porque de suas reações . São animais herbívoros , se alimentam de capim ,  habitam a terra a muitos milhões de anos e  sempre foram presa de diversos carnívoros .

Para sobreviverem na natureza eles precisaram desenvolver 3 habilidades fundamentais : 1° Percepção aguçada ;  2° Reação rápida ;  3° Habituação a estímulos externos .

 Nós os seres humanos somos o maiores predadores da face da terra e se isso não bastasse somos carnívoros , cheiramos carne , nossa cabeça é redonda , as orelhas pequenas e os olhos bem na frente  do rosto , iguais aos dos animais carnívoros , portanto é natural a reação de medo e a fuga de um potro chucro .

 Para piorar ainda mais o nossa relação com eles a maioria de nós age como os carnívoros predadores , literalmente caçam cavalos . Fechamos eles em lugares apertados , colocamos uma corda em seu pescoço , obrigamos a aceitarem com naturalidade  coisas totalmente novas e desconhecidas  ,  ainda os reprimimos muitas vezes com violência quando reagem tentando fugir e se defender da nossa predação .   

Com o uso da Linguagem Equus tal coisa não acontece. Nos comunicamos com eles , mostramos que não somos predadores , não iremos atacá-los nem ferí-los , construímos um relacionamento positivo onde o medo da lugar a confiança . Esse animal passa estão a nos ver não mais como um predador e sim como seu líder , pois os cavalos vivem em sistema de lierança , eles precisam estar perto de um líder que os proteja e lhes dê segurança ,  pois sozinhos eles se sentem muito frágeis e ameaçados , sendo presa fácil para os predadores .

Após ganharmos a confiança é hora de habituá-lo as coisas novas que de agora em diante farão parte da rotina de trabalho como corda, bridão, sela , manta , rédeas , cavaleiro etc….  e os estímulos externos . É hora também de ensinar os primeiros movimentos, exercícios e comandos, deixando claro para ele o que queremos com cada um deles até que estejam aptos a realizá-los e permitam ser montados com segurança .

Muitos pensam que esta fase se inicia quando começo a doma.  Na verdade tem início quando tenho o primeiro contato com o animal independente de sua idade ser 6 meses ou 10 anos . Nos equinos o ideal é iniciá-los em redondel , para quem não sabe é um curral circular se cantos com medidas que variam de 6 a 8 metros de raio . Os  muares podem também ser iniciados em redondel porém  gosto de montá-los em lugares maiores com o auxílio de madrinhas (outro cavalo manso) , pois muares são animais  muito inteligentes , aprendem logo onde é o portão de saída e começam a brigar para sair e se defender quando perto do portão .

Esta primeira fase termina quando consigo dominar  meu animal , controlar sua direção e movimentos a passo , trote e galope . Nos cavalos trotes e galopes serão sempre em círculos  nesta fase . Já com os muares gosto de fazer em linha reta .

Outra coisa quero deixar claro. Equinos e muares são animais com comportamentos bem diferentes . Cavalos usam a velocidade para escaparem do perigo quando se sentem ameaçados . Já os muares usam a inteligência , característica essa herdada do jumento que precisou aprender a pensar para escapar dos predadores , já que sua velocidade era pouca . Isso é importante porque vai diferenciar um pouco a forma de trabalhá-los durante a doma . No nosso linguajar como regra geral  os cavalos são animais para frente , uns mais outros menos , precisamos então trabalhá-los  e ensiná-lo a pensar para trás . Já os muares são animais para trás , é preciso trabalhar alongando .

Não vou fixar tempo ,  mas na minha experiência trinta  dias em média  é o suficiente para concluirmos essa fase  .

2 °Fase -  BASE , APRENDENDO A ESPERAR

 Nesta fase vamos  construir uma base sólida em nossos cavalos   e muares onde edificaremos todo o restante da doma , seus exercícios e manobras .

Trabalho com os animais fora dos redondéis, de preferência  terrenos planos , limpos e arenosos para se evitar acidentes  e lesões para cavalo e cavaleiro . Não há necessidade de ser uma pista  cercada , pode ser até em lugares abertos desde que tenham as condições acima descrita .

Nesta fase ensino os animais a  obedecerem  os comandos e realizar o trabalho em  espaços abertos .   O objetivo nesta fase além da evolução dos comandos , nos equinos tem mais uma função ,   ensiná-los a nos esperar , chamamos isso de Quebrar o cavalo .

O trabalho é realizado ainda em círculos com diâmetro entre  30 e 40 metros , a passo , trote e galope  e o objetivo é conseguir trabalhar com as rédeas bambas até que passo , trote e galope se tornem , alinhados  suaves , compassados e sem correria  . Este é um trabalho demorado , cansativo e muito desgastante mas extremamente necessário . Há casos de cavalos onde é necessário andar mais de 500 km , para se conseguir isso , claro que um pouco a cada dia . É preciso que o cavalo aprenda a esperar os meus comandos para não sair antecipando e fazendo as coisas por conta própria . Sou eu que determino o que fazer , quando e a que velocidade fazer .

As pessoas costumam me perguntar qual o tempo ideal para se trabalhar um cavalo nesta fase . Respondo sempre que não sou eu quem determina o tempo das montadas e sim o próprio cavalo . Eu só paro quando conseguir um avanço suficiente e bom para o dia , se gastar 40 minutos ou 3 horas não tem problema ,  só desmonto de  um cavalo quando ele realizou o dever proposto para o dia , ou pelo menos boa parte dele  , o importante é que ele evoluiu ,  entendeu e aprendeu o trabalho proposto está mais perto do degrau 10 da escada .  Bons treinadores são aqueles  que percebem e sabem apreciar a evolução de seus animais , por menores que elas sejam .

Nesta fase também ensino meus animais a trabalharem alinhados no círculo , fazerem um círculo de verdade sem abrir ou fechar  quero que aprendam a trabalhar dentro das rédeas . Trabalho também os círculos menores sempre alinhados e o recuo , sem me importar com a colocação da nuca e  o alinhamento .

Gosto muito de andar com meus animais também fora desses espaços de trabalho. Ando em estradas , trilhas , no campo (pasto) , se tiver gado para mexer melhor ainda  . Ensina o cavalo a pensar e relaxa ,  além de adiantar o processo de doma .

Esta fase termina quando consigo o objetivo proposto , andar , trotar e galopar de rédeas bambas e alinhado . O tempo para isso varia muito depende da linhagem e do temperamento de cada  animal . Em média 60 dias .

Nos muares o trabalho nesta fase é menor por serem animais para trás como já expliquei , eles normalmente nos esperam , é preciso então alongá-los . Trabalho também o recuo , círculos grandes e pequenos alinhados .



     3° Fase – TRABALHANDO AS PARTES 

Nesta fase vamos fazer o que chamo de desmontar o cavalo , não no sentido de descer da sela e sim como desmontamos um motor de carro , parte por parte , alguns domadores chamam de desbloquear outros ainda de amolecer .

Os cavalos tem 5 partes do corpo que precisam ser trabalhadas separadamente : a nuca ; o pescoço ; a paleta ; a costela e a garupa , por isso chamei de desmontar , para depois na 4 fase , a última ,  vamos fazer o trabalho de reunir , montar as manobras e fazer o cavalo trabalhar como um todo .

Para que entenda melhor vou comparar o corpo do cavalo com uma mola . Quando a mola está reta ela tem força mas quando está dobrada perde a força . Com cavalos é a mesma coisa , por isso é preciso desmontá-los , ensiná-los a ceder a pressão do bridão , das pernas , das esporas , pois se o corpo do cavalo não dobrar ele terá força para resistir a nossos comandos e os movimentos não serão perfeitos .

O objetivo desse trabalho é controlar todas as partes do corpo , pois só assim poderemos ter completo comando sobre todos os seus movimentos . Imagine o cavalo como um carro, é preciso ter o controle dos pedais (acelerador , freio e embreagem ) , do volante e marchas , então determinamos para onde vamos , quando e a qual velocidade .

Não é possível fazer uma manobra  com um carro como estacioná-lo em lugar apertado se a direção estiver dura e virar pouco , se a marcha ré não estiver funcionado , o mesmo com a embreagem , acelerador  , freios etc…

Com cavalos é a mesma coisa não conseguiremos  fazer manobras complexas como troaca de mão , spin , roll backs , paradas etc…. se não tivermos o controle absoluto do cavalo . Quero lembrar que aqui não estou falando somente de prova de rédeas . O controle e as manobras são fundamentais  para qualquer modalidade . Nas provas de Quarto de milha especialmente as que envolvem gado , o posicionamento do cavalo em relação ao boi é tudo , quanto mais controle tiver sobre seu cavalo , mais fácil de conseguir boa posição , maior a chance de fazer um bom trabalho . No tambor e baliza controle e posicionamento  também são fundamentais .

Começo a trabalhar os exercícios desta fase dentro mesmo da 2 fase , em seu terço final , quando já estiver conseguindo empurrar com o contato das pernas e esporas . Começo sempre pela nuca em seguida o pescoço , a paleta , a costela e por fim a garupa . É preciso ter paciência e deixar claro para o animal o que você quer dele com cada comando , corrigir no tempo certo e na intensidade adequada , sem excessos e dar tempo para o cavalo aprender e aperfeiçoar os movimentos . 

 Para cada parte do cavalo existe um ou mais  de um exercício específico , alguns realizados montados , outros no solo . Não importa qual deles irá realizar , o importante é o resultado final . Existem vários caminhos para se chegar a um mesmo lugar , a sugestão que deixo a você é que conheça o trabalho de pelo menos 3 bons provisionais da área que deseja , avalie cada um deles e forme o sua própria linha de trabalho .

Em minha experiência 2 meses é tempo suficiente para que o cavalo aprenda todos os exercícios , mas em minha linha de trabalho nunca paro de trabalhar esses exercícios , continuo aperfeiçoando e evoluindo ,  pois cavalos são como atletas , se parar de trabalhar enferruja começa a endurecer dificulta o trabalho e cai o rendimento .  

4° Fase -  MONTANDO AS MANOBRAS

Neta fase o trabalho será reunir o cavalo para que trabalhe como um todo , começaremos a ensinar para nosso animal as manobras mais utilizadas que serão muito úteis no trabalho  de treinamento pois terminada a doma , cada cavalo será encaminhado para uma determinada função ou modalidade de acordo com sua aptidão e ou desejo do seu proprietário .

 Portanto  trabalho o básico das manobras que serão mais exigidas de acordo com a modalidade que irão praticar ,  se estou domando um animal que será treinado posteriormente para prova de apartação , não vou ficar ensinando a ele manobras com spin , troca de mão , controle de velocidade entende, vou trabalhar paradas , recuos , roll backs ensinado a trabalhar jogando o peso nos posteriores etc….Caso seja destinado para tambor e baliza vou trabalhar círculos grandes e pequenos sempre alinhados , trocas de mão , controle de velocidade etc…manobras úteis para a modalidade e assim acontece para cada modalidade .

Existem 4 manobras básicas que independente da modalidade todos os cavalos que domo precisam saber : parada , recuo , roll-backs e galope .

 É importante sempre ter bom senso ,especialmente quando se lida com seres vivos e no caso o cavalo um ser  tão individual . Quando falo em parada quero dizer que todo animal precisa saber o comando de rédeas para parar e PARAR , jogando o peso para o posterior , não necessariamente que seja uma parada de 5 metros , como na rédeas , pois cada animal tem sua genética própria que  vai lhe proporcionar temperamento e habilidades diferentes de acordo com  a linhagem e ainda variam  de indivíduo para indivíduo . Cavalos com linhagem de apartação normalmente tem mais habilidade e cabeça  para parar do que os cavalos de linhagem de velocidade , mas todos precisam saber parar , recuar ,galopar , fazer círculos e roll-backs , cada um dentro do seu limite .

Outro ponto que deve ficar claro é que na doma o animal precisa aprender o básico das manobras em questão . O treinamento que virá depois será a hora para aperfeiçoar e lapidar as manobras necessárias .

Outra coisa muito importante e que nem todos sabem é que as manobras são construídas parte por parte , assim como uma parede . Vou explicar melhor . Quando se entra numa casa terminada , você normalmente se depara com paredes pintadas ou terminadas com cerâmica ,  importa é que elas não nasceram assim , foram feitas parte por parte até chegarem naquele ponto .

Com cavalos também é a mesma coisa . Quando você um animal executando uma manobra como spin ,troca de mão , paradas  etc…  ou realizando determinada prova com perfeição , saiba que ele não começou assim. Foi preciso seguir um roteiro de construção da manobra em questão que com o passar do tempo foi ganhando novas etapas até ficar acabada .

 É preciso ter conhecimento , tempo , paciência e dedicação para se conseguir coisas boas com os cavalos , pois como já falei aprendem por repetição e o homem ainda não inventou uma máquina para se fazer isso .

Começo a trabalhar essa 4 fase da doma no terço final da 3 fase , quando conseguir ter domínio suficiente das partes para poder iniciar as manobras e termina quando consigo realizar o básico das manobras propostas . Em minha experiência dois meses também é o suficiente para se ensinar o básico das manobras .

 Portanto é necessário um tempo de 5 a 6 meses para concluir a doma de um cavalo . Esse tempo pode variar um pouco para mais ou para menos mas em média é o suficiente .

Bem terminada a doma é hora do treinamento que será específico para determinado fim .




Texto de lfhorse.wordpress.com

Personalidade dos Equinos

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DIAGRAMA PERFIL DE PERSONALIDADE DOS Equídeos

Durante várias décadas pesquisadores em comportamento animal de todo mundo tem estudado a fundo e chegaram os equídeos uma seguinte conclusão sobre suas personalidades diferentes.

Podemos classificá-los segundo Pat Parelli em animais:

Extrovertidos – São Aqueles com alta energia, para frente, rápidos e com tendência a correr;

Introvertidos – São Aqueles com menos energia, para trás, mais lentos e com tendência a parar.

Ele faz ainda uma classificação de acordo com o lado do cérebro mais desenvolvido,:

Cérebro Direito – Possuem as seguintes características – submissos, Medrosos, nervosos, Reativos e desconfiados;

Cérebro Esquerdo – Possuem as seguintes características: dominantes, corajosos, calmos, confiantes e Reativos menos.

Podemos então a partir destas características formar os quatro tipo de personalidades descritos na ilustração:

Direito Extrovertido

Direito Introvertido

Esquerdo Extrovertido

Esquerdo Introvertido

Bem agora você poderia me perguntar , para que isso tudo ?

Uso esse quadro de personalidade para tudo que faço dentro do cavalo hoje .

 Como domador uso quando inicio meus potros que após uns 15 minutos de trabalho já consigo traçar seu perfil , sei o tipo de animal que estou trabalhando , se será mais fácil ou difícil ganhar sua confiança , o que vou precisar fazer para isso , se posso me expor mais ou menos  e de certa maneira prever as dificuldades  que virão pela frente .

Como treinador uso para escolher os animais para montar , vejo muita gente escolher pelo  papel e tem muito animal de papel bom que não vira nada , gosto de lembrar que montamos em cavalos e não em papel .

Como comprador vale a mesma regra, levo em conta o papel a conformação e a personalidade .

Faça agora uma análise dos seus animais , os que você já teve , domou , treinou , conheceu etc.. , em qual tipo de personalidade eles se enquadravam ?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Alimentação

Principais capins:

Coast-cross: de excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. De fácil manejo tanto para pastejo, como para campo de corte. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

 Tifton: Variação do Coast-cross, com excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. O manejo deve ser mais atento, pois passa do ponto de corte com mais facilidade que o coast-cross. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

Jiggs: Variação dos anteriores, com excelente paladar, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. De fácil manejo, pois possui menos talo, sendo mais difícil passar do ponto de corte. Produz menos massa por área. É de implantação mais complicada por ser o plantio apenas por mudas.

Rhodes: Possui ótima paladar, adaptabilidade variável, bons valores de fibra e proteína. De fácil manejo e implantação, pois o plantio é por sementes.

Colonião: Variedade mais conhecida dos capins tipo Panicum, com boa aceitação pelos animais, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes ou mudas.

Aruana: Variedade de menor porte dos capins tipo Panicum (como Colonião), com ótima aceitação pelos animais, bons valores nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes.

Tanzânia: Variedade de menor porte dos capins tipo Panicum (como Colonião), porém maior que o aruana, com ótima aceitação pelos animais, bons valores nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o plantio por sementes.

Capim Elefante: Nome genérico dos capins de grande porte, tendo como variedades o napier e cameroum, entre outros. São ótimas opções como capineira, sendo restrito o uso como pastejo pelo seu porte elevado. Possuem bons níveis nutritivos, se cortados no ponto certo, entre 1,60 e 2,50 m de altura. Se a planta estiver com menos de 1,60m de altura, possui teores muito baixo de fibra, podendo causar diarréia. Se estiver com mais de 2,50m de altura, possui teores muito elevados de fibra insolúvel, com baixo aproveitamento dos nutrientes, podendo ainda causar cólicas.

Principais gramíneas:

Capim Rhodes (Chloris Gayana) Excelente para pastagens de pouca duração, pois exige renovação a cada três anos ou para fenação. Apesar de ser um capim de touceira ele também dá em estalões como a grama; apresenta hábito de crescimento misto de prostrado e cespitoso. Cresce a uma altura média de 1,5 m., devendo ser utilizado como pastagem só depois do primeiro corte. É mais recomendado para a produção de feno. E exigente em adubos de curral para produzir abundantemente.

Capim Pangols (Digitaria decubens)Existem diversas variedades, prefere-se a Pangolina. E pouco exigente em relação ao solo, propaga-se rapidamente, proporcionando boa pastagem e bom feno. Recupera-se rapidamente após a ocorrência da geada. Recomenda-se fazer o rodízio das pastagens, pois ela é estragada pelo pisoteio mais que as outras espécies.
Capim Kykuiu (Pennisetum clandestinuun) É mais exigente que as anteriores, sua palatabilidade é bastante inferior, quando não é tenro, entretanto oferece excelente valor nutritivo e apresenta boa recuperação após a seca ou geada. Requer solo fértil ou grande adubação de esterco e umidade suficiente; nestas condições, apresenta crescimento agressivo e fornece também feno de boa qualidade.

Grama de Bermuda (Cynodom dactylon)
É uma das forrageiras mais importantes nos climas tropicais, de hábito de crescimento prostrado, vegeta durante todo ano, sendo pouco exigente quanto a fertilidade do solo, respondendo bem a adubação nitrogenada.

Capim agulha (Brachiaria humidícola) Das brachiarias, talvez a mais consumida pelos eqüinos é o capim agulha, pois este possui melhor paladar para os eqüinos, Tem hábito de crescimento prostrado; é uma planta rizomatosa, que cobre totalmente o solo quando adulta, protegendo-o da erosão com bastante sucesso. E resistente ao pisoteio e aparentemente pouco atacada pelas "cigarrinhas das pastagens". O desenvolvimento da B. Humidícola, inicialmente lento, em aproximadamente um ano, dará cobertura total ao terreno.

Estrela Africana (Cynodon Plectostachyus) Espécie de crescimento prostrado prefere solos de textura argilo-arenosa. Extremamente resistente ao pisoteio e apresenta valor nutritivo bom e notável capacidade de cobrir terreno. Entretanto é menos resistente à geada comparando se com a grama de Bermuda. Regra geral não recomendada para fenação, dando-se a preferência para o capim Rhodes.

Coast Cross (Cynodon Dactylon)
O coast-cross é uma forrageira perene, subtropical, híbrida, desenvolvida na Geórgia, EUA, pelo cruzamento entre espécies de Cynodon (grama-bermuda). É resistente ao frio, tolerando bem geadas. Apresenta bom valor nutritivo (teor protéico: 12 a 13%), alta produção (20 a 30 t/ha/ano de matéria-seca) e alto nível de digestibilidade (60 a 70%). Por apresentar alta relação folha/haste e responder vigorosamente à adubação, constitui-se em excelente opção para fenação. Comparado com o capim-de-rhodes, o coast-cross apresenta vantagens, pois, além de ser mais macio, produzindo bom feno, o seu hábito prostrado e estolonífero lhe assegura maior persistência, podendo ser utilizado em pastejo por bovinos e eqüinos.

Tifton 85 (Cynodon SP)
Gramínea do gênero Cynodon sp, híbrido estéril resultante do cruzamento da TIFTON - 68 com a espécie Bermuda Grass da África do Sul Gramínea perene estolonífera com grande massa folhear, rizomas grossos, que são os caules subterrâneos que mantêm as reservas de carboidratos e nutrientes que proporcionam a sua incrível resistência a secas, geadas, fogos e pastejos baixos. Pode ser plantada tanto em regiões frias, quanto em regiões quentes de clima subtropical e tropical, ou seja, em todo território nacional, em solos arenosos, mistos e argilosos (não alagados), devidamente corrigidos e adubados.

Tifton 68 (Cynodon sp)
O tifton 68 é uma gramínea forrageira tropical obtida a partir de melhoramentos genéticos realizados com o gênero Cynodon nas universidades da Geórgia e da Flórida, nos Estados Unidos. Apresenta as mesmas características o tifton 85 apresentado acima.

Braquiárias:
Capins do gênero brachiaria devem ser evitados na formação de pastagens para eqüinos, pois algumas espécies (brachiaria decumbens) são rejeitas pelos animais. Algumas causam fotossenbilização hepatógena principalmente nas partes despigmentadas dos animais (brachiaria humidicola), além de apresentarem alto teor de oxalato, que seqüestra o cálcio tornanndo-o indisponível para o animal.

A doença conhecida como “cara inchada” (hiperparatireoidismo nutricional secundário), é caracterizada por um inchaço bilateral dos ossos da face, e é causada pelo alteração da relação Ca:P. Para tentar restabelecer a quantidade de cálcio no sangue o organismo libera o PTH (hormônio da paratireóide), que mobiliza o cálcio dos ossos para a corrente sanguínea.

O cálcio retirado dos ossos é substituído por um tecido cicatricial fibroso, que provoca aumento de volume dos ossos da face. Embora irreversíveis, essas lesões podem ser controladas quando detectadas.

Outras espécies como o capim kycuiu (pennisetum clandestinum), Setaria anceps cv. Kazungula, Panicum maximum cv. Colonião, Digitaria decumbens cv. Transvala também devem ser evitadas pelo seu alto teor de oxalato.


Principais leguminosas:
 
Soja Perene Comum: - planta que exige melhores solos, isto é, livre alumínio, com bom teor de Ca e Mg (Cálcio e Magnésio). Vai bem em clima ameno e de altitude. Tem florescimento tardio, produzindo boa alimentação até a entrada do inverno. Suporta melhor o frio que a centrozema.

Lablab Purpureos: - destaca-se das demais leguminosas pela alta produção e pela adaptação as diversas condições de solo e de clima. E de fácil cultivo, pois é pouco exigente de solo; porém, não tolera os maus drenados e os excessivamente ácidos, se mantem verde durante a seca, tolera o frio embora seja afetada pela geada. Tem hábito decumbente e trepador, apresentando desenvolvimento vigoroso após 40-60 dias depois do plantio.

Centrocerna Pubesceus: - caracteriza-se por vegetação espontânea nas zonas costeiras do Vale do Paraíba, no Pantanal e na Amazônia. Portando é pouco agente de solo. Adapta-se bem em clima quente úmido e livre de geada. Tem crescimento rasteiro e emite estalões que ao encontro de algum obstáculo, sobem. Nas condições climáticas citadas, ela desenvolve-se melhor que a soja perene.

Galactia striata: - é encontrada nativa em certas áreas do Estado de São Paulo, apresentando crescimento vigoroso, produzindo semente abundante e mantendo-se verde durante a seca. Resultados obtidos até o memento, indicam que sua produção de matéria seca (M.S.) e de proteína bruta (P.B.) é superiora de outras leguminosas conhecidas, prestando-se, portanto, para a produção de feno.
Para estarmos devidamente preparados, seguros, quanto a esta fonte de alimentação há necessidade de se usar ou plantar pelo menos três variedades de forrageiras, pois não existe nenhuma planta que reúna todas essas características. Devemos, portanto, instalar diversas gramíneas em diferentes piquetes, nunca dois ou mais tipos num mesmo pasto, pois estas têm comportamentos de crescimentos distintos. Não se admite pastos chamados "saladas". Há necessidade algumas vezes de uma consorciação, neste caso, esta deverá ser sempre uma gramínea e uma leguminosa, porque os animais pastam seletivamente.

Alfafa (Mendicago Sativa)A imagem de fardos de alfafa está associada indissoluvelmente à presença de cavalos. De origem asiática, a alfafa é uma planta forraginosa da família das leguminosas, subfamília papilonácea, sendo muito rica em proteínas, vitaminas e sais minerais. No Brasil, seu uso é restrito à forragem de cavalos de esporte, principalmente devido aos altos custos de produção, sendo raramente utilizada na alimentação de outros animais ou em rações industrializadas.

A alfafa é usualmente consumida na forma de feno, o que facilita o transporte e a estocagem. O processo de fenação retira 75% do líquido sem prejuízo do valor nutritivo original e das propriedades fibrosas. Um cavalo consome, em média, 5 quilos de feno por dia, que pode ser de alfafa ou de capim da espécie Cynodon Dactylon, comumente chamada de Bermuda (coast cross, tifton 85, florakirk, jiggs etc). Especialistas da área são contrários à ingestão da alfafa
pura pelos cavalos estabulados, principalmente pelo excesso de proteína bruta em quantidade acima da necessária para os cavalos de competição.

Três razões foram, citadas como importantes: a alfafa pura aumenta a necessidade de água pelo aumento da ingestão de proteína; os níveis de uréia aumentam no sangue e podem causar distúrbios intestinais como enterotoxemia; e por fim, aumento da amônia no sangue causa problemas como irritação nervosa e distúrbios no metabolismo dos carboidratos.

Fenação
Analisando o gráfico da produção do verde, nas diferentes épocas do ano observamos os períodos de fartura, equilíbrio e escassez, percebendo daí, a necessidade de armazenamento alimentos para os meses de escassez, com as sobras do período de fartura.
Ao processo de conservação de forragens através da desidratação, damos o nome de fenação. Neste processo, reduz-se o teor de umidade de 70 a 80 % da massa verde para 12 a 15 % na massa fenada, através da exposição solar, bastando apenas dois dias em média para se levar a cabo o processo de fenação.Escolhemos para isso os dias de menor grau de umidade do ar.
O melhor período para a colheita da massa verde destinada a produção de feno é de novembro a fevereiro (águas), no qual a planta atinge o seu crescimento máximo.
Ao contrário nos meses que vão de maio a setembro, as plantas não se desenvolvem por ausência ou carência de quatro fatores: água, temperatura baixa, luminosidade e radiação solar insuficiente (dias curtos). Por isso, a prática da irrigação para a produção de feno não é utilizada, pois forneceria apenas um fator (água).
As plantas mais adequadas à fenação são as gramíneas as quais produzem quatro vezes mais matéria seca que as leguminosas, pois nestas ocorre grande perda de folhas no processo, além de apresentar dificuldade no corte devido a presença de cipós.
O fator determinante da qualidade da massa fenada é a velocidade do processo de desidratação; neste período deve-se proceder a ceifa após o período de evaporação do orvalho matinal (das 9 às lO hs.). Para aumentar a desidratação da massa verde, deve-se proceder viragens sucessivas, sendo que quanto maior op período de viragens, maior será a velocidade de desidratação e melhor será a qualidade da massa.
Existem diversas maneiras para reconhecer-se o "ponto-de-feno", sendo mais prática, colher faixas de capim ceifado, torce-los entre as mãos e observar: o capim não deverá apresentar escorrimento de seiva, nem quebrar por estar seco. O capim estará no ponto-de-feno quando apresentar maleabilidade (maciez), cor esverdeada (cáqui) e estrutura de palha: flexível e não quebradiço.
O armazenamento do feno deverá ser feito em local protegido de umidade e ventilado.

Produção das forrageiras
Leguminosas
Taxa de semeação
Produção massa seca Ha/ano
Soja perene comum
3 a 5kg/ha
-
Lab lab
10 a 20 kg/ha
40 ton
Centrocerna
3 a 5 kg/ha
-
Galactia
4 a 6 kg/ha
-
Gramíneas
Taxa de semeação
Produção Massa-Seca
Capim rhodes
4 kg/ha
20 ton
Capim pangola
muda
10 a 16 ton
Capim kikuiu
muda
-
Capim kikuiu semente
2 a 4 kg/ha
-
Estrela africana
muda
-
Grama bermuda
12 kg/ha
20 ton
Brachiaria humidícula
5 a 10 kg/ha
-

Concentrado
Até algum tempo, raramente os eqüinos recebiam alimentos concentrados, fenos de gramíneas ou leguminosas. A pastagem sempre constituiu a alimentação natural do cavalo e, para tanto, seu aparelho digestivo está anatômo  e fisiologicamente preparado para a digestão. Normalmente, pastagens de boa qualidade são suficientes para manter as condições físicas dos cavalos em bom estado.
Os eqüinos adultos em descanso podem receber apenas alimentos volumosos (de boa qualidade) para suprir todas as suas necessidades. Todavia, os animais adultos em trabalho, os potros em crescimento, as éguas em gestação ou lactação e os garanhões, não conseguem atender a todas as suas necessidades nutricionais quando recebem apenas alimentos volumosos.Nessas condições, pelo menos 50% das exigências diárias de energia devem ser fornecidas pelos alimentos concentrados.
Na manutenção de grande número de animais em espaço pequeno ou áreas de solo de baixa qualidade, existe a necessidade de se alimentar os animais com o emprego parcial de alimentos concentrados, ricos em nutrientes como; proteína, energia, minerais e vitaminas
O correto arraçoamento consiste em definir o melhor local e o melhor horário para fornecer as rações nas quantidades necessárias. É preciso ter sempre em mente que a ração fornecida aos eqüinos deverá apenas cobrir o que volumoso não esteja fornecendo, ou quando na atividade imposta ao cavalo como: crescimento, gestação, lactação ou intenso trabalho, ele não consegue retirar dos alimentos volumosos todos os nutrientes que precisa. Portanto, as recomendações que serão feitas, para as diversas categorias, serão sempre no sentido de quantidades variáveis.

Tipos de Alimentos

Os alimentos que nutrem o cavalo estão classificados nas seguintes categorias: cereais, forragem natural, raízes e tubérculos, e forragem artificial.

No que se refere aos cereais, empregam-se a aveia, a cevada, o centeio, o trigo e o milho. Quanto às leguminosas, as favas também podem ser usadas.

A aveia constitui o melhor alimento do cavalo. Fornece-lhe músculos e energia sem excesso de gordura, exerce uma ação eficaz sobre o aparelho digestivo e é muito apreciada pelo animal. A aveia de boa qualidade tem grãos grandes e casca fina, é firme, seca e sem cheiro. A polpa deve ser branca e não apresentar nenhuma irregularidade. A aveia mofada — como todo alimento nessas condições — é muito nociva e provoca cólicas estomacais e intestinais.
A cevada é dura e indigesta. Deve ser preparada previamente. Triture e deixe na água durante 24 horas ou cozinhando-a.

 O centeio é de digestão difícil e tem a propriedade de “crescer” muito quando umedecido, o que pode provocar cólicas. Deve ser triturado ou posto de molho durante 24 horas.

O trigo, embora difícil de digerir, é um bom substituto da aveia.

O milho fornece excelente alimentação, mas só deve ser dado depois de moído com palha e sabugo.

As favas constituem um bom alimento, mas só devem ser dadas depois de trituradas ou maceradas.

O farelo de trigo é de digestão fácil, e assim sendo pode ser dado frequentemente, juntamente com aveia moída e palha picada, acrescentando-se um pouco de sal nos casos de animais que sofram do estômago ou dos intestinos. Todavia, o farelo produz mais gordura do que músculos.

Como forragem empregam-se o feno, a palha, o capim e, em caso de necessidade, folhas de árvore.

O feno é constituído pela desidratação de capim seco proveniente de pastagens naturais ou artificiais, de gramíneas e leguminosas.

O feno natural é composto de gramíneas (de hastes altas, cilíndricas e nodosas), que tenham sido ceifadas em campos de boa qualidade, não muito úmidos e na estação apropriada, e depois secas ao sol e imediatamente armazenadas no celeiro. O feno desse tipo tem uma cor verde uniforme e definida, e um aroma agradável. O feno fresco, que não perdeu ainda toda a sua água (ceifado menos de 2 ou 3 meses antes), pode causar graves enfermidades.

A forragem artificial (trevo, alfafa, sanfeno, etc.) é um excelente alimento, mas deve ser ceifado e armazenado nas mesmas condições do feno natural. Sua cor é mais escura e sua conservação exige mais cuidado, pois ele perde grande parte do seu valor nutritivo quando caem suas folhas e flores. Torna-se também rapidamente quebradiço e apanha mofo com facilidade.

No que se refere às palhas, distinguem-se as dos cereais e as das plantas dos brejos.

Têm um valor nutritivo bem diminuto (cerca de um quarto do valor do feno) e não servem senão como volumoso. O cavalo, na falta do que fazer costuma comer a palha que forra o seu leito. A palha dos cereais deve ser fornecida ao animal picada e misturada com outros alimentos. A da aveia presta-se particularmente para esse fim.

O capim constitui o alimento mais antigo e mais natural do cavalo. É necessário aos potros, para que o seu crescimento se faça corretamente. Contudo, representa também um alimento precioso e rico em vitaminas para os cavalos mais idosos, doentes ou convalescentes de moléstias do estômago, dos intestinos e dos pulmões. Pode ser dado ao animal em feixes, quando não for possível mandá-lo para o pasto.

Todavia, o valor nutritivo do capim, que contém muita água, é relativamente fraco, sendo preciso dar ao animal, em peso, oito a dez vezes mais do que o feno. Por essa razão o capim fresco deve ser considerado apenas como um reforço alimentar para os cavalos que trabalham. Não obstante, convém dar-lhes sempre uma pequena porção desse alimento, devido à sua ação refrescante sobre o aparelho digestivo.

O capim novo e tenro é fácil de digerir e age como um laxativo. Em oposição, o capim velho e duro costuma causar prisão de ventre. Quando o cavalo come capim cortado que já começou a fermentar e a desprender calor, corre o risco de ser acometido de perigosos meteorismos.

As folhas de árvores e arbustos podem, na falta de outra coisa, servir de alimentos para os cavalos. É mais aconselhável empregá-las quando estão secas do que quando verdes. As mais usadas são as de amora, algoroba. As agulhas de pinheiro são muito resinosas, convém recolher as folhas no verão e deixá-las secar bem à sombra, não ao sol. Quando mofadas, elas se tornam muito perigosas.

Entre as raízes, tubérculos, etc., que servem de alimento ao cavalo, podemos enumerar os nabos, rabanetes, cenouras, beterrabas, batatas, etc.

 Os nabos, os rabanetes e principalmente as cenouras constituem um excelente complemento alimentar, especialmente no inverno, e têm efeitos análogos aos do capim verde. Pode-se dar ao cavalo 8 quilos de nabos por dia, picados em pedaços não muito pequenos. O animal aprecia-os por causa do açúcar que eles contêm, mas seu valor nutritivo é pequeno.

A abóbora, cortada em fatias, pode servir de alimento, na falta de outro.

Entre os alimentos preparados temos os vários tipos de torta — de açúcar, de melaço, de bagaço e de sal — e as papas.

As papas são empregadas com sucesso na alimentação de cavalos esgotados, que tenham pouco apetite ou sofram de forma crônica do estômago e dos intestinos. Os que fazem trabalho pesado devem receber uma porção semanalmente. Elas são preparadas de vários modos. A mais comum é composta de uma mistura de farelo grosso, grãos de aveia amolecidos na água e um pouco de sal.

Para os cavalos que trabalham ou estão em treinamento é aconselhável dar a papa no sábado à noite, véspera do dia de descanso. Pode ser dada inteiramente fria ou ainda quente. Neste último caso ela exerce uma ação levemente laxativa. A papa azeda com bastante rapidez, tornando-se assim imprestável.

O açúcar é um alimento de alto valor nutritivo e de assimilação imediata pelos intestinos. Por essa razão deve ser dado ao cavalo que tem trabalho pesado a fazer, e especialmente enquanto durar esse trabalho. Convém ser ministrado igualmente em ocasiões em que o animal despendeu grande energia e quando se deseja que ele recupere as forças rapidamente. Nesses casos o açúcar faz às vezes grandes milagres.

Podem ser dados até 3 quilos por dia, seja em torrões dissolvidos em água. Não é aconselhável misturá-lo com aveia porque muitos animais passam imediatamente a recusar a aveia que não tenha sido adoçada.

Trata-se de uma guloseima graças à qual é possível obter excelentes resultados durante o adestramento.

O melaço é o resíduo que resulta da refinação do açúcar. É uma substância viscosa de cor castanha, que ainda contém bastante açúcar. Adicionando-lhe água, podemos empregá-lo como complemento alimentar, misturando-o à aveia, ao farelo, aos resíduos da beterraba ou à palha picada. Tem efeito laxativo quando empregado em grande quantidade.

Os resíduos da beterraba são constituídos pelo bagaço que resta após a lixívia e a prensagem das beterrabas no processo de extração do açúcar. Pode ser usado seco e misturado com outros alimentos.

O sal é um mineral que entra na composição de diversas forragens. Mas as forragens secas não contêm uma quantidade de sal suficiente para o organismo do cavalo, razão por que se deve dar ao animal uma dose suplementar de 50 gramas diárias.

Outros sais solúveis, tais como os do cálcio e do fósforo, são igualmente necessários ao bom desenvolvimento do cavalo. Em certas regiões são encontrados em pequenas quantidades nas forragens e na água, mas em outras essas quantidades são insuficientes, sendo pois necessário reforçá-las com uma dose suplementar, principalmente quando se trata de cavalos novos.